Essa semana eu mantive o meu maldito peso, com cada grama e cada quilo.
Tive uma compulsão estúpida na terça-feira. Estava no bus, indo pra faculdade quando do nada (juro que é do nada mesmo) levanto, dou sinal e desço no ponto do Carrefour. Andei por lá totalmente desnorteada e eu conheço aquele mercado há anos. Não entendo o que dá em mim às vezes. Mas aí tentei pensar. Planejei a minha compulsão. Vergonhoso, não?
Decidi o que queria comer. Decidi que compraria TUDO que tivesse com VONTADE de comer. Então, comprei uma torta de chocolate, um pacote de batata Ruffles, uma barra de chocolate ao leite, uma caixinha de Mentos Teens, um pacotinho com um bolinho recheado tipo Ana Maria, uma barrinha pequena de chocolate branco, dois potinhos de Danette de chocolate e dois de chocolate branco e... Uma Coca-Cola zero, porque a Coca normal engorda
¬¬'Passei o cartão (nem vi quanto deu! Mas dessa vez até que não foi tanto quanto das outras) e peguei as três sacolas e corri pro banheiro. Me tranquei no último box e comecei a comer. Comi primeiro a torta. Na metade, eu não queria mais. Depois comecei a comer a batata e assim foi. Ia comendo um pouco de cada porque não agüentava mais o gosto e nem a quantidade. Mas me forcei. Me xingando o tempo todo. Lembrando das palavras da Andie sobre ruptura gástrica. Pedindo pra Deus não me deixar morrer ali.
Com a cabeça encostada na parede, senti o terremoto. Mas eu não sabia que era o terremoto. Pensei que fosse a minha cabeça enlouquecendo de vez.
No fim, sobrou um potinho de Danette, mais de 1/3 da torta, o bolinho recheado e a barra de chocolate ao leite. Isso eu não agüentava. Resolvi guardar pro próximo ataque da noite (eu sabia que teria outro e não queria gastar mais). Só a torta mesmo que eu joguei no lixo. Então, miei o que pude, saí do banheiro, lavei o rosto e fui embora.
Tinha perdido aula, tinha engordado, tinha feito a mesma merda de sempre.
Abri a barra de chocolate e fui socando na boca sem sentir vontade, comer pra me castigar, como se fosse um "bem feito por ter comido, sua vaca gorda! Tomara que isso aumente ainda mais as suas banhas".
Não queria comer. Estava enjoada de tanto chocolate!
E então, saindo na rua, um grupinho de meninos de no máximo uns 8 anos de idade estava sentado na calçada. E eu com a barra de chocolate na mão, praticamente inteira. Eles me pediram um pedaço. Dei tudo. Dei o Danette que sobrou e o bolinho também. Eles agradeceram, ficaram superfelizes, mas eu não consegui olhar. Estava chorando.
O restante da semana foi melhor. Tentei um NF na quarta, mas descobri que não tenho mais capacidade pra isso. Pelo menos por enquanto. Tem acontecido muitas coisas comigo. Hoje minha mãe me ligou pra saber como eu estava porque meu pai e ela estavam preocupados, disse que eu estou muito abatida, que fazia tempo que não me via assim. Perguntou se eu estava me cuidando e pediu pra eu "não fazer nada que dê preocupação a eles ou que os chateie".
O que será que ela está pensando agora? Comentei sobre isso com a minha prima hoje. Ela acha que minha mãe vai querer me mandar pro médico e psicólogos outra vez. Eu realmente espero que não porque não quero mais conflitos. Pelo menos, não conflitos diretos. Eu não estou disposta a ir de boa vontade, então, é melhor esquecer de vez essa idéia.
Meninas, me desculpem se vocês se decepcionam todas as vezes que vêm aqui. Mas assimilar a Mia com tudo o que eu tenho que fazer não é nada fácil. Estou tentando deixá-la, juro! Mas, se fosse tão simples, não teríamos no mundo milhões de garotas passando por isso. Só peço que não me abandonem porque eu preciso de vocês, de verdade. Muito obrigada por tudo! Me ajudem a voltar a ser o que era, please! Desculpem pelo post quilométrico! Não vou escrever tanto das próximas vezes. Não tô muito legal. Quero ir pra casa, quero minha cama, meu quarto, to com nojo de mim, quero chorar, sumir, deixar de ser eu... Tô um porre! Ninguém me suporta, eu acho. Nem eu.
Beijo, bom fim de semana! Comento no blog de vocês assim que puder! E linko quem tiver que linkar ;)
"Se eu quiser chorar não ter que fingir, Sei que posso errar, que é humano se ferir. Parece absurdo mas tente aceitar, Que os heróis também podem sangrar, Posso estar confuso mas vou me lembrar Que os heróis também podem sonhar E não é fácil viver assim..."