quarta-feira, 2 de março de 2011

"Segui o caminho errado

(...) uma ou duas vezes. Cavei até conseguir sair. Sangue e fogo, decisões ruins. Tudo bem... bem vindo à minha vida boba."


Eu estive bem e alegre na maior parte do tempo durante esse verão. Foi especialmente bom, muito melhor do que os últimos verões da minha vida. Talvez isso se deva ao fato de eu saber o que é amar alguém realmente e poder conversar o tempo todo com aquela pessoa e, assim, me sentir segura e tranquila.
Dei mais gargalhadas e conversei mais. Estive mais à vontade para me relacionar com os meus próprios amigos. Porém, ainda me retraio quando preciso fazer novas amizades com alguém. Ainda me desgasta, ainda preciso me esforçar muito para manter um diálogo e parecer simpática. Ainda não gosto.
Já fui mais sociável... agora simplesmente estou bem com as pessoas que estão ao meu redor. Quero dizer, essas pessoas me são suficientes.
E, embora eu esteja me sentindo muito melhor, longe da depressão em que eu me encontrava, ainda há dias de angústia, de choro e de muita tristeza. Há muitos dias assim. Mas, quando isso acontece, geralmente não estou apática. Estou realmente triste.
Eu mudei muito em um ano. Leio o que escrevi no ano passado e em 2009 e me pergunto: "por que você fez isso?" e sinto muita pena de mim e sinto pena da menina que eu era. Eu não merecia, vocês não merecem.
Eu não enxergava isso, mas fico feliz por ter percebido isso agora porque sei que não é tarde demais.


Obs: Obrigada pelos comentários, pela atenção e pela preocupação. Obrigada por terem se importado. Vou tentar voltar e ser mais presente. Quero visitá-las e saber como estão também. Não posso abandonar isso aqui. Durante muito tempo, isso era tudo o que eu tinha, era o único lugar onde eu podia "falar e ser ouvida". Aqui ainda é o único lugar no mundo e vocês são as únicas pessoas no mundo com as quais eu falo sobre esses problemas com peso e comida. Eu preciso disso. Muito obrigada!


Mal tratada, deslocada, mal compreendida...
Sabichona, tá tudo bem
Mas isso não me parou
Errada, sempre em dúvida
Diminuída, e eu ainda estou por aqui

(...) Mude essas vozes na sua cabeça
Faça elas gostarem de você dessa vez.

(...) O mundo inteiro está assustado, então eu engulo o meu medo (...)
Facilmente mentindo e eu tentei, tentei
Mas nós tentamos demais, é um desperdício do meu tempo
Cansei de procurar pelas críticas, porque elas estão por todo lado
Eles não gostam dos meus genes, não entendem o meu cabelo
Sempre tão rigorosas com nós mesmas o tempo todo
Por que fazemos isso?
Por que faço isso?

(...) Por favor, nunca nunca se sinta
Como se fosse menos do que perfeita pra caramba
Por favor, se em algum momento você se sentir
Como se fosse nada, você é perfeita pra caramba pra mim.
Você é perfeita
Você é perfeita





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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

'

"Querido diário, consegui resistir mais um dia. Devo ter dito: 'Estou bem, obrigada' pelo menos 37 vezes. E não foi verdade em nenhuma delas. Mas ninguém percebeu. Quando alguém pergunta: “Como você está?”. Na verdade, não querem saber a resposta."





Eu volto em breve para dar notícias.
Desculpem a minha ausência.
Ainda amo vocês, como sempre. Isso nunca muda.


Beijos, Barbie.


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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

"Fico tão cansada às vezes,

...e digo para mim mesma que está errado, que não é assim, que não é este o tempo, que não é este o lugar."


Não pensem que eu desisti. As coisas apenas estão muito diferentes agora.
Sumi por uns tempos, não sabia ao certo o que queria. Pensei em levar uma vida normal e até tentei de certo modo. Apesar de dizer que havia parado de miar e miar no dia seguinte (várias vezes) costumava dizer para mim mesma: "É só o começo, não vai ser de uma hora para outra". Mas menti para mim mesma. Não miar todos os dias, mas miar toda a semana. Não era isso que eu estava pensando quando quis deixar tudo isso para trás.
A verdade é que não dá mesmo.
Eu penso que sou duas pessoas. Não me sinto bem porque me sinto uma mentirosa. Me sinto enganando a todos. Se as pessoas não podem saber como sou de verdade, então significa que algo está muito errado. Logo, sou uma pessoa horrível.
E nessa tentativa de fazer todas as refeições você descobre que só pode seguir tudo corretamente por no máximo uns dois dias. Depois disso, você vai diminuir a quantidade de comida pela metade. Vai deixar a sua fruta de sobremesa para entrar lo lugar do seu café da tarde. Você não vai conseguir jantar porque teria que comer arroz e você se recusa a comer carboidratos à noite. Você está tentando comer normalmente quando percebe: "Mas isso é um exagero! Ninguém precisa de toda essa comida!". Você vai diminuindo, diminuindo, diminuindo... E, nos dias mais difíceis, quando a já conhecida ansiedade toma conta de você, você come compulsivamente e vomita.
Você descobre que não dá.
Fiz isso durante todo esse tempo. Comendo e dizendo para as pessoas: "Hoje eu almocei, depois comi uma banana de sobremesa e às 3h já estava tomando café da tarde." E vão te dizer: "Como você consegue ser tão magra?". E você vai responder despretensiosamente: "Genética. Não tenho tendência a engordar."
Tudo não passa de uma farsa.
Tudo me confundiu muito. Fiquei muito tempo longe daqui, do meu orkut fake, nem lia mais os comentários de vocês. E agora eu estou voltando outra vez! Os 46kg? Esqueçam. Deram lugar para pouco mais de 55kg. Recebo elogios por isso. No fundo, me sinto envergonhada.
Minha madrinha disse: "Finalmente a Barbie deixou a mania de querer usar numerações menores, né? Possou, não passou, Barbie?". Eu sorrio e digo: "Parece que sim."
Às vezes ouço alguém da minha família comentar sobre a minha aparência, sobre como estou melhor agora. E também os vejo disfarçando quando chego perto. Ninguém gosta de falar sobre isso.
Eu acho que entendo.
O fato é que não estou me sentindo muito mal por tudo isso. Não estava e não estou morrendo por ter engordado. Acho que é porque tenho aquela velha segurança: eu posso começar tudo de novo quando eu quiser. Elas sempre estarão comigo.



Never give up, never surrender.



FELIZ 2011!



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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

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"Mas eu conheço a dor. Você acha que pode suportar e um dia não pode mais."




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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Nothing

"Sei que estava bem sexta-feira quando acordei. De fato, estava sentindo-me mais sensível do que o normal."...

..."De início, fiquei surpresa de ver que meus pés estavam se movendo, imaginando como isso tinha começado. Mas eu não parei... todos eles ficaram surpresos."...

..."Enfim sei o que realmente quero ser."...

..."Ser uma pessoa está ficando muito complicado."...

..."Ela não estava sorrindo."...

..."É apenas um bolo."...

"Cassie: É possível aproveitar o poder de verdade?
Professora: O quê?
Cassie: É a terceira questão.
Professora: Eu não posso te ajudar com a sua prova.
Cassie: Eu parei de comer e então todos tiveram que fazer o que eu dizia. Isso me deu poder.
Professora: E você aproveitou?
Cassie: Eu acho que foi a época mais feliz da minha vida. Mas eu tive que parar antes que eu morresse porque... Senão não seria divertido."

"As pessoas fazem qualquer coisa para saber por que se sentem mal. Não é verdade?"

"Cassie: Eu quero que você me diga.
Professora: O quê?
Cassie: Como impedir que coisas ruins aconteçam.
Professora: Não funciona, não é? É por isso que você tem que começar a comer de novo.
Cassie: Eu me apaixonei.
Professora: Ah, amor. Por que se cortar quando você poder estar amando?"

"Não sei porquê sou do jeito que sou. Alguma coisa me faz odiar tudo. Tudo."

"Eu penso que estou com fome. Mas não estou."

"Você não deseja voltar para quando você não tinha perdido nada?"



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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

"Eu nem sei mais o que é verdade e o que é real

E nem sei mais como deveria me sentir
Quando você acha que tudo isso vai ficar claro?
Porque eu estou sendo dominada pelo medo."



Desculpem a ausência aqui no blog e nos blogs de vocês. Ultimamente eu ando sem ânimo pra postar. Na verdade, eu não acho que valha a pena postar algo da minha vida aqui porque não faz sentido.
Eu estou gorda e correndo na direção contrária. Todo mundo diz que eu estou muito bem, que estou mais bonita e pareço muito mais feliz, mas não é bem assim. Às vezes eu acho que estou aceitando bem a ideia de comer bem, só que outras vezes me bate o remorço e eu vomito tudo. Às vezes também, quando as coisas estão muito corridas, eu penso que estou ocupada demais para comer e começo a sentir fome. Então conto quantas horas eu fiquei sem comer e me sinto orgulhosa. Só que em seguida insisto pra mim: eu estou bem, só não deu tempo de comer. NÃO-DEU-TEMPO. Eu estou bem.
Enfim.
LF, NF, nada disso. Muito longe disso. E não é legal escrever isso aqui.
Acho que finalmente estou conseguindo deixar tudo isso.
Parece que as coisas são melhores assim. Tem dias que eu deito na minha cama e apago todas as luzes e choro, choro, choro. Minha mãe bate na porta e pergunta:
- O que você está fazendo aí?
E eu disfarço a voz e falo:
- Nada.
A pressão aqui na minha casa sempre vai existir, eu sei porque é assim desde sempre e não vai adiantar nada querer morrer por causa disso. Então eu simplesmente ignoro e deixo passar.
Tem coisas melhores pra se pensar, pra se viver. E eu preciso aprender a aproveitar tudo isso. De repente tudo pode acabar e, por mais que às vezes isso seja tudo que eu quero - que acabe logo - eu acho que não estou preparada ainda pra deixar de viver. Apesar de tudo, eu tenho sede de vida. E eu acho que é tão grande que é até possível enxergá-la através da melancolia dos meus olhos e da falsidade do meu sorriso.


Cuidem-se! :*





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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

I used to feel so strong,

Even when I said I was wrong, or that
I could not live in a magical world, because
it's time to grow. And I have to live
like them, I know everthing is wrong.






Semana passada eu estava toamando café da tarde com a minha família, inclusive algumas tias do Paraná. Minha prima levantou da mesa para pegar alguma coisa e minha tia disse:
- Todas elas teem corpinho de miss! Todas magrinhas e blábláblá.
Minha mãe concordou, quem estava na mesa também e eu fiquei muito quieta mastigando o meu pão, rezando para que não reparassem em mim ali.
- Mas quem engordou foi a Barbie, né? Deu uma engordadinha boa, né?
Quase morri. Continuei comendo, comi muito. Depois me esquivei até o banheiro e vomitei.

Tenho miado muito menos. MUITO menos mesmo. Não quero mais a Mia. Mas também não consigo comer pouco ainda. Sinto-me nojenta e desprezível, por isso evito vir até aqui postar.
Ultimamente ando tendo umas crises de tristeza, e tá tão foda que muita gente já veio me perguntar o que eu tenho.

Eu estudo numa faculdade pública, certo? Faço o curso que eu quero e imaginava que meus pais estivessem felizes por isso (pelo menos por isso)
Eis que ontem minha mãe diz que eu deveria fazer a prova do Enem e entrar numa "faculdade melhor". Desabei.
- Mãe, você só me critica!
- Não tô te criticando, tô falando que você pode estudar numa faculdade melhor.
- Eu gosto da minha faculdade. E gosto mais de lá do que daqui.

Tá tudo uma porcaria, eu queria ficar no meu quarto até isso passar, tá muito ruim, tudo tudo tudo está MUITO ruim e eu cansei.

Conversei com o meu namorado hoje, disse pra ele que acho idiota sempre ter tido a vontade de viver até os 100 anos. Hoje eu disse que quero morrer cedo. Ele se assustou, óbvio! Mas esses dias durante uma crise de choro eu pedi pra Deus me levar embora, eu não gosto de viver aqui.


Beijo, cuidem-se! Visito todas quando puder. Adoro vocês!





Mariana: Quase não entro no msn, no fake eu nunca entro. Mas vc tem o meu verdadeiro?

Obs: Alguém perguntou em outro post se eu ainda estou com 47kg. A resposta é "não". Estou muito longe disso.

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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sonhos desafinados, estremecidos e adiados.

O clima aqui em casa está super chato e carregado. Minha mãe só me critica; ou fala diretamente pra mim ou eu a escuto falando mal de mim para os outros. Eu nunca fui boa pra ela... Com o meu pai é o mesmo de sempre, nós mal conversamos. E, como sempre, eles implicam quando quero sair de casa e geralmente me proíbem também...

Estou me sentindo mal comigo, sinto que não faço nada relevante. Mas esse é o mesmo blábláblá de sempre, vou poupá-las. Poupo-lhes também das minhas reclamações por conta do meu peso absurdo, vergonhoso. Sinto-me vazia, perdida, deprimida, sozinha. Sim, essa sou. Essa também é você. Somos todas assim.

Eu realmente preciso me livrar da compulsão alimentar. É meu primeiro objetivo. Prefiro não dar detalhes, sinto vergonha. Meus sonhos foram apenas adiados, mas eu não desisti. Um dia eu alcanço e todo mundo vai ver que SIM, eu fui capaz.

Just stay strong.




Mariana - Queria que você tivesse um blog! Gosto muito de você também!
Linnah - Bem vinda de volta! ♥
Anna Dark - Bem vinda de volta! ♥

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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Breathing

Eu estava fazendo tudo certo. Nas últimas semanas, eu vomitei pouquíssimas vezes. Eu fiz refeições completas. Minhas unhas cresceram alguns milímetros, quase imperceptíveis, mas já significava algo pra mim. Meu cabelo parou de cair tanto, meu rosto parou de descascar. Eu ganhei alguns vários quilos. Algumas roupas pararam de servir. Mas eu juro que nem me importava tanto.
Fiz brigadeiro e comi sozinha e não tentei vomitar. Almocei até ficar satisfeita com a minha família aos domingos, comi sobremesa e não tentei vomitar. Achei que estivesse tudo bem, apesar de me sentir um pouco deprimida às vezes porque sabia que estava engordando. Mas achei que fosse normal no começo.

Eu confesso que tentei deixar a Ana e a Mia.

Não era essa a vida que eu queria pra mim. Não é essa a vida que eu quero pra mim. Mas eu percebi que é a que eu tenho.
Essa semana tudo voltou como se eu nunca tivesse parado. Mas mesmo depois de almoçar uma colher de arroz e uma de feijão com um pedaço de carne e salada, eu sinto fome após três horas. Eu não aguento mais ficar tanto tempo sem comer como antes. Eu preciso voltar aos poucos.
Antes que se assustem, eu continuo vestindo 38. Mas vocês sabem que minhas calças tamanho 36 ficavam largas.
Eu vou tentar encontrar um meio termo. Eu sei que antes meus pais, meus familiares e amigos se assustavam com a minha aparência. Vou tentar não ficar esquálida novamente.
Miei duas vezes hoje e senti que eu era eu. Fui ao shopping com as minhas amigas na semana passada, nós lanchamos e depois eu fui vomitar. Não queria que fosse assim, mas é.
Estou tomando fôlego e sei que logo terei perdido alguns quilos. Não quero perder o controle, eu vou controlar a Ana dessa vez. Eu já a conheço, não vou deixá-la me dominar de novo.
Não quero a depressão, a fraqueza, o frio, as vozes, os sonhos e toda essa pressão de novo. Eu sou uma garota de 21 anos, eu já perdi muita coisa, mas ainda tenho muita coisa pra viver. Não quero passar a vida debruçada sobre uma privada ou contando calorias e tentando fazer com que o meu corpo desapareça mais a cada dia.
Me desculpem se estou sendo fraca e se estou decepcionando vocês. Durante um tempo achei que nem voltaria mais aqui. Achei que tivesse passado, desejei isso do fundo do meu coração. Mas eu ainda estou aqui. E eu sei que posso controlar isso.

Sejam felizes.

Eu estou tentando desesperadamente.

Xoxo ♥





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quarta-feira, 7 de julho de 2010

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Então, de repente, sem pretender, respirou fundo e pensou que era bom viver. Não era fácil, nem agradável. Mas ainda assim era bom. Tinha quase certeza.





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sábado, 15 de maio de 2010

When I'm Gone

Há outro mundo dentro de mim
Que você nunca poderá ver
Há segredos nesta vida
Que eu não posso esconder
Em algum lugar da escuridão
Há uma luz que eu posso achar
Talvez seja muito longe...
Ou talvez eu seja cega...

Talvez eu seja cega...

Então me segure quando eu estiver aqui
Me corrija quando estiver errada
Me abrace quando estiver assustada
E me ame quando eu for

(...) Quando seu raio x de educação
Não puder ver debaixo da minha pele
Eu não te contarei uma coisa ruim
Que eu não possa contar aos meus amigos
Agora vagando por esta escuridão
Estou viva, mas estou só
Parte de mim está lutando
Mas parte de mim se foi

Talvez eu seja cega...

Me ame quando eu partir...







Ontem meu namorado e eu voltamos. Eu não queria incluí-lo nisso, mas é realmente muito mais difícil sem ele.
Mas de tarde, conversando no MSN, ele me disse que achou estranho o fato de eu comer tanto e estar sempre tão magra. Disse que viu uma matéria na TV, pesquisou na internet e não gostou do que viu: bulimia. Disse que ficou preocupado, mas eu desconversei. Isso foi antes de nós voltarmos...
Fiquei pensando: tantas pessoas próximas de mim não perceberam nada, ou ficam mais confortáveis omitindo esse fato para si mesmas e ele, mesmo não tendo nada a ver com a minha vida até então, percebe algo estranho, pesquisa, vem falar comigo, se preocupa... Então pensei: "esse é o tipo de garoto que vale a pena". Voltei.
Depois nos encontramos no shopping e ele tocou no assunto mais uma vez... Eu só disse: "nossa, que horror!" e "não viaja!". Ele disse: "sei lá, só fiquei preocupado".
Bom... Eu não queria ter de mentir, nem omitir nada... Mas me falta coragem de dizer, de assumir, de ir de frente com tudo isso. Vocês me entendem. Eu tenho vergonha... Espero que todo mundo me perdoe um dia... Ou entenda... Ou que pelo menos tente... Que eles me desculpem, mas ninguém pode ver :(



Andie! A sua ligação valeu meu dia! ;)


Beijos, FORÇA!

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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Vinte e um

Sid: E o que você faria se achasse que tudo está tão errado que nem sabe o que fazer?
Cassie: Eu pararia de comer até que me levassem para o hospital.


Eu preciso renovar as minhas forças e colocar as coisas em ordem, pelo menos dentro de mim. Ficar em paz, sabendo que estou fazendo a coisa certa, preciso parar de miar o tempo todo, hoje foi dia das mães e eu perdi as contas de quantas vezes precisei vomitar. Teve uma hora que eu subi pro andar de cima e entrei no banheiro após comer a sobremesa. Minha mãe veio atrás de mim e bateu na porta:

- Quem é? - perguntou ela.
- Eu. - respondi.
- O que você tá fazendo?
- Não te interessa.
- Me interessa sim! Fica esperta, tô de olho em você.

Damn!
Eu não quero mais isso. E estou decidida a passar muita fome essa semana. Preciso sentir que tenho pelo menos o controle disso. Preciso fazer um LF de até 300 cal todos os dias e perder o máximo de peso possível essa semana. Eu vou conseguir!
Tenho 21 anos agora. Minhas esperanças estão renovadas, mais um novo ciclo começando agora pra mim. Eu vejo tantas oportunidades! Tem que dar certo! Eu estou com medo... Torçam por mim. Eu estou com vocês, vocês estão sempre comigo nos meus pensamentos.

VIVAM! :)




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domingo, 2 de maio de 2010

"Mas se você é tão esperta,

...me diga: por que continua com tanto medo?"

Apesar de fazer muito tempo que eu não venho aqui, eu ainda não queria vir porque não me sinto bem. Não sei o que acontece. Não é apenas o fato de ter engordado 8kg desde novembro do ano passado. Não é apenas o fato de estar com nódulos cervicais e talvez precisar operar. Não é apenas por não estar muito bem na faculdade, por ter terminado meu namoro ou por brigar constantemente com os meus pais. Por me sentir incapaz...
Incapaz de qualquer coisa.
Não é só isso. O problema é que eu não sei o que é.
Não se preocupem comigo, vai ficar tudo bem. Normalmente eu não estou assim tão melancólica, até me sinto bem na companhia dos meus amigos. O problema é que quando estou assim sozinha, o medo que até então estava calado se manifesta e eu fico com esse choro contido aqui na minha garganta, feito um nó bastante apertado.
O meu aniversário está chegando, eu quase não me dei conta. As pessoas me perguntam o que eu vou fazer e eu realmente gostaria muito de poder ficar sozinha no meu quarto. Aniversários são complicados pra mim...
Eu gostaria de poder estar mais presente, de participar mais do blog e, consequentemente, da vida de vocês. Obrigada pelo carinho e desculpem a fraqueza, a apatia e esse desespero frequentemente tão característicos de mim.

Sejam felizes!





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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Keep walking

Eu estou continuando, depois de algum tempo comendo tão errado quanto se é possível e vomitando sempre que podia... Sim, eu engordei. E não estou recomeçando agora porque na verdade nunca parei. Eu estou continuando.
Vou continuar lutando e vou continuar me corrigindo até acertar a minha dieta de novo. Eu não consigo de outro jeito. Não dá pra comer demais sem vomitar e eu não quero continuar vomitando. Preciso da Ana.
Mas... Eu não sei, apesar de toda essa loucura, eu vi que isso não é tudo. Quer dizer, algumas coisas podem mudar tudo de lugar e bagunçar toda a sua vida... Tornar tudo pior. E quando você percebe isso, quando você percebe que as coisas podem mesmo piorar, você entende que nunca foi tão ruim assim.
Eu sei porque passei por isso. Não é tão ruim assim.
Talvez isso tenha sido necessário para eu aprender a agradecer pelo que tenho. Para eu perceber que a minha vida tem sim um valor.
Hoje eu quero viver, viver muito, viver de verdade.
Apesar disso aqui, apesar do peso do meu corpo e de tudo que a Ana e a Mia exigem. Tem que haver felicidade em meio a tudo isso. Tem que haver.
Só que eu não quero destruir meu corpo, acabar com a minha saúde. Eu só quero viver magra. Acho que se não for assim, não é possível viver. Eu vou existir tentando me suportar e, decididamente, não é isso que eu quero.

Just stay strong.



I STILL BELIEVE.


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quarta-feira, 24 de março de 2010

"Está errado do começo ao fim",

...afirmou a Lagarta decididamente. Então fez-se um silêncio por alguns minutos.

A Lagarta foi a primeira a falar.

"De que tamanho você quer ser?", ela perguntou.

"Oh, eu não ligo para qual tamanho", respondeu Alice apressadamente, "apenas um que não fique mudando sempre, a senhora sabe."

"Eu não sei", retrucou a Lagarta.




Faz tanto tempo que eu não venho aqui. Pensei bem antes de escrever isso aqui porque não tenho nada de bom pra contar, já vou logo avisando. Ainda assim, não sei o que contar, não sei por onde começar.
Eu estou perdida.

Há algum tempo, umas três semanas talvez, minha mãe disse severamente:
- Você continua fazendo coisa errada, né!
- Quê? - eu disse, fingindo não entender.
- Você continua vomitando o que come.
- Eu o quê?
- Eu não sei mais o que fazer com você. - disse ela, por fim. Então chorou e foi dormir.

No dia seguinte, talvez, - não me lembro bem agora -, minha mãe apareceu com três números de psicólogos e disse que meu pai e ela pesquisaram pra mim. Ela pediu que eu ligasse, mas o papel ficou exatamente onde ela deixou; o ignorei completamente. Assim como ignorei toda a situação e meu pai e ela - e minha irmã, e todo mundo! - acabaram fazendo o mesmo. Agora é como se nada tivesse acontecido, mais uma vez.

Durante esse tempo que eu não escrevi, eu também fui hospitalizada por desidratação e por estar com a garganta completamente obstruída, devido a inflamação. Tomei duas injeções; uma com benzetacil e dipirona (por conta da febre) e outra de voltaren. Eu havia emagrecido dois quilos na semana que eu adoeci. Me pediram alguns exames, o médico disse que eu estava "visivelmente anêmica". Não fiz os exames. Me cuidei, tomei os medicamentos, tomei muita sopa (porque nem conseguia comer nada) e recuperei os dois quilos.

E aqui estou eu agora, sem menstruar, apesar de estar gorda outra vez. (Não que eu já tenha deixado de estar algum dia)
Não sei explicar como me sinto, eu estou fazendo um esforço tremendo para ficar bem, estou decidida a ficar bem, mas isso é tão difícil! Respiro fundo quando as minhas calças que caíam ficam justas em mim, ignoro o fato de continuar vommitando várias vezes ao dia e repito pra mim mesma que isso não vai mudar da noite para o dia.
E me comprometo a continuar tentando, ainda que no fundo eu não queira nada disso. Na verdade eu nem sei o que quero... Mas, afinal, nada disso o quê?
Eu não sei.

Não queria ficar engordando e emagrecendo assim, meu peso oscila assustadoramente, eu perco e ganho muito peso muito rápido, estou sempre engordando e emagrecendo, jejuando e comendo compulsivamente para purgar, eu aumento e diminuo, depois aumento e diminuo de novo...

Tem hora que isso cansa.


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segunda-feira, 1 de março de 2010

Everyday

...is getting worse, do the same things and it hurts. I don't know if I should cry, all I know is that I'm trying.

Pouca coisa mudou, quase nada. Ou nada.
Mantendo o mesmo peso, os mesmos hábitos... Ontem eu chorei só duas vezes, hoje eu não chorei. Eu quis, mas não vou chorar. Eu sou culpada, a única culpada por ainda estar assim. Eu sei que não posso comer. Eu não posso.
Sei lá, toda a "psicose" que isso envolve, você está com seus amigos e está feliz e eles estão comendo. Às vezes você vai comer e vomitar, mas está errado. Então você não os vê mais, você está apenas com o seu silêncio externo, por dentro você continua recebendo as instruções. O seu controle volta e você começa a sentir os seus ossos outra vez. Mas você percebe que está sozinha e percebe o quanto isso dói. Nem sempre é possível suportar. E você vai chorar de qualquer jeito. E essa voz não vai se calar, por mais que você grite pra ela calar a boca, isso é tudo o que você ouve. Sempre foi assim e sempre vai ser.


Just stay strong. All we need is control.



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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

I NEED YOU SOMEHOW

Sento-me para jantar. É óbvio que eu já sabia que depois iria miar.
- Esse calor está insuportável! - disse a minha mãe - Não vou nem jantar. Não consigo comer nesse calor. Tô olhando pra você e não sei como está aguentando comer essa pratada. Mas é porque eu como bem pouco, só uma colher de arroz.
- Aqui tem duas, grande diferença. - respondi tentando controlar a minha voz. Eu queria gritar.
- É o dobro, querida. - disse ela por fim quando saiu da cozinha. Me calei. Eu estava errada.

Olhava para o prato mal conseguindo distinguir o que havia nele. Fiquei sufocada pelas lágrimas. Difícil dizer se estava sentindo mais ódio ou mais vergonha. De mim mesma.
Voltei a encher o meu prato. Comi tudo, até sentir que não cabia realmente mais nada. Passei mal.
Que nojo! Eu sou um fracasso!

As últimas semanas foram um horror! Eu estava completamente obsessiva e calada. Me isolei dos meus amigos nos dias de aula. Me isolei de tudo durante o carnaval. Foi o pior da minha vida.
Só comi e vomitei. E faço isso ainda todos os dias, normalmente umas cinco vezes por dia. Hoje não foi diferente. Enquanto enfrentava o sol do meio-dia para ir à faculdade, após ter vomitado o almoço, eu falei baixinho, com Deus ou sozinha: "Mas que inferno, mas que inferno! Não tô suportando mais!"
Não estou mesmo.
Eu queria sumir.
Consegui engordar 4,5kg desde o fim de novembro. Me sinto um monstro nojento! Fui de 47kg para 51,5kg (de calça jeans e blusinha, mas descalça).
Me sinto humilhada, patética, fraca. E sei que sou tudo isso.
Eu preciso de forças para parar de comer assim e vomitar. As compulsões estão me destruindo. Agora eu estou morrendo de dor de cabeça e estou usando um aparelho chamado holter. Voltei com ele do cardiologista, é para acompanhar os meus batimentos cardíacos. Minha vontade é de arrancar tudo isso, não vai adiantar de nada se eu não parar, mas eu não consigo!
Tô com tanta raiva! Hoje eu me matei de caminhar nesse calor infernal pra acabar comendo, como sempre, e me forçando ao máximo para vomitar tudo o que for possível depois.
Por que ninguém percebe? Por que quem olha pra mim não vê? Como podem não ver? Eu escondo tão bem assim? Por que não me escutam gritar? O meu silêncio é tão profundo assim?
Acho que eu cansei... Mas eu não desisti de lutar. Amanhã é um outro dia. Força, meninas!

Beijos, cuidem-se.



"Tão doce.
Tão inteligente.
Tão criativa.
Tão perturbada."



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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

I should be

Eu tô tão cansada, juro pra vocês. Ontem foi um desastre, eu tive várias compulsões! Levei uma maçã pra comer no intervalo da faculdade. Mas comi a maçã, um lanche, um copo de suco, um pacote de passatempo sem recheio e uma caixinha de Mentos Teens. Até meu amigo falou que eu como muito. Shit!
Eu falei pra vocês que eu tinha engordado! Disseram que eu estou mais bonita, que antes dava até dó de mim e que agora pode-se até dizer que eu sou gostosa.
Preferia que tivessem me dado um murro no meio desse meu rosto gordo!
Tô muito chateada, mas eu sei que não resolve. Hoje no café da manhã tomei café preto e foi só. Até peguei um pão na mão, fiquei ali parada olhando pra ele por alguns segundos, depois o larguei e me dei um tapa na cara pra deixar de ser essa vaca nojenta. Será que eu não sou capaz de viver sem um pão? Mas que inferno, é claro que eu posso!
Eu olho pra essa cicatriz escrito FAT no meu braço e me dá vontade de chorar, toda vez... Eu não queria isso pra mim. Não queria pra ninguém.
Eu deveria ser mais forte e deveria estar contando alguma coisa boa pra vocês. Mas não, né.
Até as 2:30 da manhã de ontem/hoje eu estava aqui comendo e indo miar. Depois parava na cozinha, pegava mais coisa, comia e voltava a miar. Fui dormir exausta, hoje eu acordei meio tonta. Mas eu sei que é possível recomeçar, já fiz isso tantas vezes que até perdi a conta.
MUITO obrigada pelos comentários, eu preciso muito de vocês. Vocês podem contar comigo sempre! Sempre! Podem me adicionar no Orkut, eu tenho um fake e o link tá ali do lado. É mais fácil pra gente manter o contato, já que nem sempre dá pra comentar nos blogs de vocês. Então a gente vai se falando por lá :)
Cuidem-se, tomem bastante água. Esse calor tá insuportável, eu estou tendo muita tontura... Só com muita água mesmo.
Sejam fortes! Estamos juntas! Hoje vai dar tudo certo!





P.S.: Não tenho coragem de ir pra agência assim. Vou emagrecer alguns quilos e talvez assim eu me sinta mais confiante para ir até lá. Não suportaria ouvir que eu sou gorda demais pra ser modelo, não mesmo :(


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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Untitled

Eu não sei como começar. Talvez eu não saiba explicar como eu me sinto, mas eu sei que ainda assim vocês entenderiam.
Eu engordei o suficiente para os meus familiares começarem a dizer que eu estou mais bonita. Mas não é o suficiente para aqueles que não me conhecem; para esses que não me viram antes, eu estou "precisando comer", é o que dizem. Enfim, não importa. Eu tô nojenta. Gorda.
As minhas compulsões nunca foram leves. Eu nunca brinquei de comer meio pacote de bolacha e miar. Eu já miei uma maçã por achar que não devia ter comido. Mas acontece que se eu começar a comer uma bolacha, eu vou comer o pacote todo e quantos mais pacotes tiver. E vou comer tudo o que eu puder, enquanto eu aguentar. E eu só vou parar quando começar a passar mal. E então, somente quando isso acontecer, eu vou miar.
Isso é o que eu chamo de compulsão.
E é isso que tem me acontecido nas últimas semanas.
O fato é que eu não aguento mais!
Tô me achando tão feia e gorda! Esses dias num shopping aqui de SP, duas mulheres de uma agência de modelo vieram falar comigo, deram um cartão da agência delas e pegaram meus dados. Passaram a semana me ligando, pra eu passar por um casting, disseram que eu tenho o perfil de "Modelo de Passarela" que eles precisam.
Aham, até parece que eu vou me submeter a uma humilhação dessas! Não tenho coragem de ir.
Minha mãe não quer que eu vá porque disse que eu vou começar a querer emagrecer mais e eu já estou muito feia.
Eu não entendo! Esses dias, durante a noite, eu fui preparar um mingau de aveia pra mim. (Sim, muito gorda, fraca e nojenta!) Mas aí minha mãe me disse:
- Mingau uma hora dessas? Come uma fruta.
Fiquei muito puta! Me senti uma porca! Ela ainda disse:
- Vê se não faz muito.
Eu fiz um monte! E quando estava comendo ela quis provar. Eu disse:
- Mingau uma hora dessas, mãe? Come uma fruta.
E assim ela foi dormir chateada.
Isso também é um saco, minha mãe controlando tudo o que eu como, perguntando se fui eu que comi isso, aquilo ou aquele outro, e blábláblá.
Gente, é um inferno!
Como se já não bastasse esse tormento dentro de mim.
Amanhã é segunda-feira e eu tenho aula. Juro pra vocês que tô morrendo de vergonha de sair fora dessa porta, pisar naquela faculdade.
Preciso reassumir o controle, voltar a ser quem eu era. Isso já passou dos limites, eu tô surtando. Preciso da ajuda de vocês.

Força para todas nós. Muita força e boa semana!



LiLo, ♥



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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

I'm sorry, I can't be perfect

Agora é aquela hora em que você quer chorar e não consegue. Eu sinto que chorar aliviaria, mas já faz tanto tempo que eu não choro de verdade, que eu nem sei se ainda sei chorar.
O dia foi difícil. Hoje foi meio impossível. Eu acabei brigando com o meu namorado pela primeira vez. Eu não consegui manter o meu humor firme dessa vez e desabei. Eu queria a minha casa e o silêncio do meu quarto. No fim, fizemos as pazes, mas aqui em casa tudo continua complicado.
Apesar de ninguém citar a Mia ou reclamar da minha contestável magreza, as cobranças não cedem e a pressão se intensifica, se é que isso é possível. Fui grossa com a minha tia e com o meu padrinho, respondi os dois. Meu padrinho veio conversar comigo. Mais reclamações.
Eu só queria que eles sentissem orgulho de mim.
Mas eu não aguento mais todo mundo me falando o que fazer e como fazer, eu ouço isso o tempo todo, todos os dias! Chega uma hora que você explode! Minha própria prima de 14 anos me julgou, disse que é ridícula a minha atitude. Queria ver se fosse com ela!
Tudo que eu faço ta errado, nunca reconhecem as coisas boas que eu faço. Eu cansei de ser cobrada, criticada, não quero que me digam o que fazer! Queria ficar em paz.
Tive uns surtos de estresse na frente da minha prima, ela não entende. Ninguém entende, eles nunca vão entender.
Se eles soubessem como é viver presa nesse inferno que é a nossa cabeça e nosso coração, valorizariam cada sorriso nosso porque só nós sabemos como dói sorrir.




OBS: O lf deu certo hoje, mas hoje nada muda o meu estado. Quero dormir e esquecer. E em pensar que eu acordei tão bem e cheia de esperança.
Só encontrei lágrimas. E pra ajudar, elas estão presas aqui na minha garganta, me sufocando.


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