quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sonhos desafinados, estremecidos e adiados.

O clima aqui em casa está super chato e carregado. Minha mãe só me critica; ou fala diretamente pra mim ou eu a escuto falando mal de mim para os outros. Eu nunca fui boa pra ela... Com o meu pai é o mesmo de sempre, nós mal conversamos. E, como sempre, eles implicam quando quero sair de casa e geralmente me proíbem também...

Estou me sentindo mal comigo, sinto que não faço nada relevante. Mas esse é o mesmo blábláblá de sempre, vou poupá-las. Poupo-lhes também das minhas reclamações por conta do meu peso absurdo, vergonhoso. Sinto-me vazia, perdida, deprimida, sozinha. Sim, essa sou. Essa também é você. Somos todas assim.

Eu realmente preciso me livrar da compulsão alimentar. É meu primeiro objetivo. Prefiro não dar detalhes, sinto vergonha. Meus sonhos foram apenas adiados, mas eu não desisti. Um dia eu alcanço e todo mundo vai ver que SIM, eu fui capaz.

Just stay strong.




Mariana - Queria que você tivesse um blog! Gosto muito de você também!
Linnah - Bem vinda de volta! ♥
Anna Dark - Bem vinda de volta! ♥

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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Breathing

Eu estava fazendo tudo certo. Nas últimas semanas, eu vomitei pouquíssimas vezes. Eu fiz refeições completas. Minhas unhas cresceram alguns milímetros, quase imperceptíveis, mas já significava algo pra mim. Meu cabelo parou de cair tanto, meu rosto parou de descascar. Eu ganhei alguns vários quilos. Algumas roupas pararam de servir. Mas eu juro que nem me importava tanto.
Fiz brigadeiro e comi sozinha e não tentei vomitar. Almocei até ficar satisfeita com a minha família aos domingos, comi sobremesa e não tentei vomitar. Achei que estivesse tudo bem, apesar de me sentir um pouco deprimida às vezes porque sabia que estava engordando. Mas achei que fosse normal no começo.

Eu confesso que tentei deixar a Ana e a Mia.

Não era essa a vida que eu queria pra mim. Não é essa a vida que eu quero pra mim. Mas eu percebi que é a que eu tenho.
Essa semana tudo voltou como se eu nunca tivesse parado. Mas mesmo depois de almoçar uma colher de arroz e uma de feijão com um pedaço de carne e salada, eu sinto fome após três horas. Eu não aguento mais ficar tanto tempo sem comer como antes. Eu preciso voltar aos poucos.
Antes que se assustem, eu continuo vestindo 38. Mas vocês sabem que minhas calças tamanho 36 ficavam largas.
Eu vou tentar encontrar um meio termo. Eu sei que antes meus pais, meus familiares e amigos se assustavam com a minha aparência. Vou tentar não ficar esquálida novamente.
Miei duas vezes hoje e senti que eu era eu. Fui ao shopping com as minhas amigas na semana passada, nós lanchamos e depois eu fui vomitar. Não queria que fosse assim, mas é.
Estou tomando fôlego e sei que logo terei perdido alguns quilos. Não quero perder o controle, eu vou controlar a Ana dessa vez. Eu já a conheço, não vou deixá-la me dominar de novo.
Não quero a depressão, a fraqueza, o frio, as vozes, os sonhos e toda essa pressão de novo. Eu sou uma garota de 21 anos, eu já perdi muita coisa, mas ainda tenho muita coisa pra viver. Não quero passar a vida debruçada sobre uma privada ou contando calorias e tentando fazer com que o meu corpo desapareça mais a cada dia.
Me desculpem se estou sendo fraca e se estou decepcionando vocês. Durante um tempo achei que nem voltaria mais aqui. Achei que tivesse passado, desejei isso do fundo do meu coração. Mas eu ainda estou aqui. E eu sei que posso controlar isso.

Sejam felizes.

Eu estou tentando desesperadamente.

Xoxo ♥





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quarta-feira, 7 de julho de 2010

'

'

Então, de repente, sem pretender, respirou fundo e pensou que era bom viver. Não era fácil, nem agradável. Mas ainda assim era bom. Tinha quase certeza.





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sábado, 15 de maio de 2010

When I'm Gone

Há outro mundo dentro de mim
Que você nunca poderá ver
Há segredos nesta vida
Que eu não posso esconder
Em algum lugar da escuridão
Há uma luz que eu posso achar
Talvez seja muito longe...
Ou talvez eu seja cega...

Talvez eu seja cega...

Então me segure quando eu estiver aqui
Me corrija quando estiver errada
Me abrace quando estiver assustada
E me ame quando eu for

(...) Quando seu raio x de educação
Não puder ver debaixo da minha pele
Eu não te contarei uma coisa ruim
Que eu não possa contar aos meus amigos
Agora vagando por esta escuridão
Estou viva, mas estou só
Parte de mim está lutando
Mas parte de mim se foi

Talvez eu seja cega...

Me ame quando eu partir...







Ontem meu namorado e eu voltamos. Eu não queria incluí-lo nisso, mas é realmente muito mais difícil sem ele.
Mas de tarde, conversando no MSN, ele me disse que achou estranho o fato de eu comer tanto e estar sempre tão magra. Disse que viu uma matéria na TV, pesquisou na internet e não gostou do que viu: bulimia. Disse que ficou preocupado, mas eu desconversei. Isso foi antes de nós voltarmos...
Fiquei pensando: tantas pessoas próximas de mim não perceberam nada, ou ficam mais confortáveis omitindo esse fato para si mesmas e ele, mesmo não tendo nada a ver com a minha vida até então, percebe algo estranho, pesquisa, vem falar comigo, se preocupa... Então pensei: "esse é o tipo de garoto que vale a pena". Voltei.
Depois nos encontramos no shopping e ele tocou no assunto mais uma vez... Eu só disse: "nossa, que horror!" e "não viaja!". Ele disse: "sei lá, só fiquei preocupado".
Bom... Eu não queria ter de mentir, nem omitir nada... Mas me falta coragem de dizer, de assumir, de ir de frente com tudo isso. Vocês me entendem. Eu tenho vergonha... Espero que todo mundo me perdoe um dia... Ou entenda... Ou que pelo menos tente... Que eles me desculpem, mas ninguém pode ver :(



Andie! A sua ligação valeu meu dia! ;)


Beijos, FORÇA!

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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Vinte e um

Sid: E o que você faria se achasse que tudo está tão errado que nem sabe o que fazer?
Cassie: Eu pararia de comer até que me levassem para o hospital.


Eu preciso renovar as minhas forças e colocar as coisas em ordem, pelo menos dentro de mim. Ficar em paz, sabendo que estou fazendo a coisa certa, preciso parar de miar o tempo todo, hoje foi dia das mães e eu perdi as contas de quantas vezes precisei vomitar. Teve uma hora que eu subi pro andar de cima e entrei no banheiro após comer a sobremesa. Minha mãe veio atrás de mim e bateu na porta:

- Quem é? - perguntou ela.
- Eu. - respondi.
- O que você tá fazendo?
- Não te interessa.
- Me interessa sim! Fica esperta, tô de olho em você.

Damn!
Eu não quero mais isso. E estou decidida a passar muita fome essa semana. Preciso sentir que tenho pelo menos o controle disso. Preciso fazer um LF de até 300 cal todos os dias e perder o máximo de peso possível essa semana. Eu vou conseguir!
Tenho 21 anos agora. Minhas esperanças estão renovadas, mais um novo ciclo começando agora pra mim. Eu vejo tantas oportunidades! Tem que dar certo! Eu estou com medo... Torçam por mim. Eu estou com vocês, vocês estão sempre comigo nos meus pensamentos.

VIVAM! :)




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domingo, 2 de maio de 2010

"Mas se você é tão esperta,

...me diga: por que continua com tanto medo?"

Apesar de fazer muito tempo que eu não venho aqui, eu ainda não queria vir porque não me sinto bem. Não sei o que acontece. Não é apenas o fato de ter engordado 8kg desde novembro do ano passado. Não é apenas o fato de estar com nódulos cervicais e talvez precisar operar. Não é apenas por não estar muito bem na faculdade, por ter terminado meu namoro ou por brigar constantemente com os meus pais. Por me sentir incapaz...
Incapaz de qualquer coisa.
Não é só isso. O problema é que eu não sei o que é.
Não se preocupem comigo, vai ficar tudo bem. Normalmente eu não estou assim tão melancólica, até me sinto bem na companhia dos meus amigos. O problema é que quando estou assim sozinha, o medo que até então estava calado se manifesta e eu fico com esse choro contido aqui na minha garganta, feito um nó bastante apertado.
O meu aniversário está chegando, eu quase não me dei conta. As pessoas me perguntam o que eu vou fazer e eu realmente gostaria muito de poder ficar sozinha no meu quarto. Aniversários são complicados pra mim...
Eu gostaria de poder estar mais presente, de participar mais do blog e, consequentemente, da vida de vocês. Obrigada pelo carinho e desculpem a fraqueza, a apatia e esse desespero frequentemente tão característicos de mim.

Sejam felizes!





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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Keep walking

Eu estou continuando, depois de algum tempo comendo tão errado quanto se é possível e vomitando sempre que podia... Sim, eu engordei. E não estou recomeçando agora porque na verdade nunca parei. Eu estou continuando.
Vou continuar lutando e vou continuar me corrigindo até acertar a minha dieta de novo. Eu não consigo de outro jeito. Não dá pra comer demais sem vomitar e eu não quero continuar vomitando. Preciso da Ana.
Mas... Eu não sei, apesar de toda essa loucura, eu vi que isso não é tudo. Quer dizer, algumas coisas podem mudar tudo de lugar e bagunçar toda a sua vida... Tornar tudo pior. E quando você percebe isso, quando você percebe que as coisas podem mesmo piorar, você entende que nunca foi tão ruim assim.
Eu sei porque passei por isso. Não é tão ruim assim.
Talvez isso tenha sido necessário para eu aprender a agradecer pelo que tenho. Para eu perceber que a minha vida tem sim um valor.
Hoje eu quero viver, viver muito, viver de verdade.
Apesar disso aqui, apesar do peso do meu corpo e de tudo que a Ana e a Mia exigem. Tem que haver felicidade em meio a tudo isso. Tem que haver.
Só que eu não quero destruir meu corpo, acabar com a minha saúde. Eu só quero viver magra. Acho que se não for assim, não é possível viver. Eu vou existir tentando me suportar e, decididamente, não é isso que eu quero.

Just stay strong.



I STILL BELIEVE.


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quarta-feira, 24 de março de 2010

"Está errado do começo ao fim",

...afirmou a Lagarta decididamente. Então fez-se um silêncio por alguns minutos.

A Lagarta foi a primeira a falar.

"De que tamanho você quer ser?", ela perguntou.

"Oh, eu não ligo para qual tamanho", respondeu Alice apressadamente, "apenas um que não fique mudando sempre, a senhora sabe."

"Eu não sei", retrucou a Lagarta.




Faz tanto tempo que eu não venho aqui. Pensei bem antes de escrever isso aqui porque não tenho nada de bom pra contar, já vou logo avisando. Ainda assim, não sei o que contar, não sei por onde começar.
Eu estou perdida.

Há algum tempo, umas três semanas talvez, minha mãe disse severamente:
- Você continua fazendo coisa errada, né!
- Quê? - eu disse, fingindo não entender.
- Você continua vomitando o que come.
- Eu o quê?
- Eu não sei mais o que fazer com você. - disse ela, por fim. Então chorou e foi dormir.

No dia seguinte, talvez, - não me lembro bem agora -, minha mãe apareceu com três números de psicólogos e disse que meu pai e ela pesquisaram pra mim. Ela pediu que eu ligasse, mas o papel ficou exatamente onde ela deixou; o ignorei completamente. Assim como ignorei toda a situação e meu pai e ela - e minha irmã, e todo mundo! - acabaram fazendo o mesmo. Agora é como se nada tivesse acontecido, mais uma vez.

Durante esse tempo que eu não escrevi, eu também fui hospitalizada por desidratação e por estar com a garganta completamente obstruída, devido a inflamação. Tomei duas injeções; uma com benzetacil e dipirona (por conta da febre) e outra de voltaren. Eu havia emagrecido dois quilos na semana que eu adoeci. Me pediram alguns exames, o médico disse que eu estava "visivelmente anêmica". Não fiz os exames. Me cuidei, tomei os medicamentos, tomei muita sopa (porque nem conseguia comer nada) e recuperei os dois quilos.

E aqui estou eu agora, sem menstruar, apesar de estar gorda outra vez. (Não que eu já tenha deixado de estar algum dia)
Não sei explicar como me sinto, eu estou fazendo um esforço tremendo para ficar bem, estou decidida a ficar bem, mas isso é tão difícil! Respiro fundo quando as minhas calças que caíam ficam justas em mim, ignoro o fato de continuar vommitando várias vezes ao dia e repito pra mim mesma que isso não vai mudar da noite para o dia.
E me comprometo a continuar tentando, ainda que no fundo eu não queira nada disso. Na verdade eu nem sei o que quero... Mas, afinal, nada disso o quê?
Eu não sei.

Não queria ficar engordando e emagrecendo assim, meu peso oscila assustadoramente, eu perco e ganho muito peso muito rápido, estou sempre engordando e emagrecendo, jejuando e comendo compulsivamente para purgar, eu aumento e diminuo, depois aumento e diminuo de novo...

Tem hora que isso cansa.


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segunda-feira, 1 de março de 2010

Everyday

...is getting worse, do the same things and it hurts. I don't know if I should cry, all I know is that I'm trying.

Pouca coisa mudou, quase nada. Ou nada.
Mantendo o mesmo peso, os mesmos hábitos... Ontem eu chorei só duas vezes, hoje eu não chorei. Eu quis, mas não vou chorar. Eu sou culpada, a única culpada por ainda estar assim. Eu sei que não posso comer. Eu não posso.
Sei lá, toda a "psicose" que isso envolve, você está com seus amigos e está feliz e eles estão comendo. Às vezes você vai comer e vomitar, mas está errado. Então você não os vê mais, você está apenas com o seu silêncio externo, por dentro você continua recebendo as instruções. O seu controle volta e você começa a sentir os seus ossos outra vez. Mas você percebe que está sozinha e percebe o quanto isso dói. Nem sempre é possível suportar. E você vai chorar de qualquer jeito. E essa voz não vai se calar, por mais que você grite pra ela calar a boca, isso é tudo o que você ouve. Sempre foi assim e sempre vai ser.


Just stay strong. All we need is control.



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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

I NEED YOU SOMEHOW

Sento-me para jantar. É óbvio que eu já sabia que depois iria miar.
- Esse calor está insuportável! - disse a minha mãe - Não vou nem jantar. Não consigo comer nesse calor. Tô olhando pra você e não sei como está aguentando comer essa pratada. Mas é porque eu como bem pouco, só uma colher de arroz.
- Aqui tem duas, grande diferença. - respondi tentando controlar a minha voz. Eu queria gritar.
- É o dobro, querida. - disse ela por fim quando saiu da cozinha. Me calei. Eu estava errada.

Olhava para o prato mal conseguindo distinguir o que havia nele. Fiquei sufocada pelas lágrimas. Difícil dizer se estava sentindo mais ódio ou mais vergonha. De mim mesma.
Voltei a encher o meu prato. Comi tudo, até sentir que não cabia realmente mais nada. Passei mal.
Que nojo! Eu sou um fracasso!

As últimas semanas foram um horror! Eu estava completamente obsessiva e calada. Me isolei dos meus amigos nos dias de aula. Me isolei de tudo durante o carnaval. Foi o pior da minha vida.
Só comi e vomitei. E faço isso ainda todos os dias, normalmente umas cinco vezes por dia. Hoje não foi diferente. Enquanto enfrentava o sol do meio-dia para ir à faculdade, após ter vomitado o almoço, eu falei baixinho, com Deus ou sozinha: "Mas que inferno, mas que inferno! Não tô suportando mais!"
Não estou mesmo.
Eu queria sumir.
Consegui engordar 4,5kg desde o fim de novembro. Me sinto um monstro nojento! Fui de 47kg para 51,5kg (de calça jeans e blusinha, mas descalça).
Me sinto humilhada, patética, fraca. E sei que sou tudo isso.
Eu preciso de forças para parar de comer assim e vomitar. As compulsões estão me destruindo. Agora eu estou morrendo de dor de cabeça e estou usando um aparelho chamado holter. Voltei com ele do cardiologista, é para acompanhar os meus batimentos cardíacos. Minha vontade é de arrancar tudo isso, não vai adiantar de nada se eu não parar, mas eu não consigo!
Tô com tanta raiva! Hoje eu me matei de caminhar nesse calor infernal pra acabar comendo, como sempre, e me forçando ao máximo para vomitar tudo o que for possível depois.
Por que ninguém percebe? Por que quem olha pra mim não vê? Como podem não ver? Eu escondo tão bem assim? Por que não me escutam gritar? O meu silêncio é tão profundo assim?
Acho que eu cansei... Mas eu não desisti de lutar. Amanhã é um outro dia. Força, meninas!

Beijos, cuidem-se.



"Tão doce.
Tão inteligente.
Tão criativa.
Tão perturbada."



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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

I should be

Eu tô tão cansada, juro pra vocês. Ontem foi um desastre, eu tive várias compulsões! Levei uma maçã pra comer no intervalo da faculdade. Mas comi a maçã, um lanche, um copo de suco, um pacote de passatempo sem recheio e uma caixinha de Mentos Teens. Até meu amigo falou que eu como muito. Shit!
Eu falei pra vocês que eu tinha engordado! Disseram que eu estou mais bonita, que antes dava até dó de mim e que agora pode-se até dizer que eu sou gostosa.
Preferia que tivessem me dado um murro no meio desse meu rosto gordo!
Tô muito chateada, mas eu sei que não resolve. Hoje no café da manhã tomei café preto e foi só. Até peguei um pão na mão, fiquei ali parada olhando pra ele por alguns segundos, depois o larguei e me dei um tapa na cara pra deixar de ser essa vaca nojenta. Será que eu não sou capaz de viver sem um pão? Mas que inferno, é claro que eu posso!
Eu olho pra essa cicatriz escrito FAT no meu braço e me dá vontade de chorar, toda vez... Eu não queria isso pra mim. Não queria pra ninguém.
Eu deveria ser mais forte e deveria estar contando alguma coisa boa pra vocês. Mas não, né.
Até as 2:30 da manhã de ontem/hoje eu estava aqui comendo e indo miar. Depois parava na cozinha, pegava mais coisa, comia e voltava a miar. Fui dormir exausta, hoje eu acordei meio tonta. Mas eu sei que é possível recomeçar, já fiz isso tantas vezes que até perdi a conta.
MUITO obrigada pelos comentários, eu preciso muito de vocês. Vocês podem contar comigo sempre! Sempre! Podem me adicionar no Orkut, eu tenho um fake e o link tá ali do lado. É mais fácil pra gente manter o contato, já que nem sempre dá pra comentar nos blogs de vocês. Então a gente vai se falando por lá :)
Cuidem-se, tomem bastante água. Esse calor tá insuportável, eu estou tendo muita tontura... Só com muita água mesmo.
Sejam fortes! Estamos juntas! Hoje vai dar tudo certo!





P.S.: Não tenho coragem de ir pra agência assim. Vou emagrecer alguns quilos e talvez assim eu me sinta mais confiante para ir até lá. Não suportaria ouvir que eu sou gorda demais pra ser modelo, não mesmo :(


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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Untitled

Eu não sei como começar. Talvez eu não saiba explicar como eu me sinto, mas eu sei que ainda assim vocês entenderiam.
Eu engordei o suficiente para os meus familiares começarem a dizer que eu estou mais bonita. Mas não é o suficiente para aqueles que não me conhecem; para esses que não me viram antes, eu estou "precisando comer", é o que dizem. Enfim, não importa. Eu tô nojenta. Gorda.
As minhas compulsões nunca foram leves. Eu nunca brinquei de comer meio pacote de bolacha e miar. Eu já miei uma maçã por achar que não devia ter comido. Mas acontece que se eu começar a comer uma bolacha, eu vou comer o pacote todo e quantos mais pacotes tiver. E vou comer tudo o que eu puder, enquanto eu aguentar. E eu só vou parar quando começar a passar mal. E então, somente quando isso acontecer, eu vou miar.
Isso é o que eu chamo de compulsão.
E é isso que tem me acontecido nas últimas semanas.
O fato é que eu não aguento mais!
Tô me achando tão feia e gorda! Esses dias num shopping aqui de SP, duas mulheres de uma agência de modelo vieram falar comigo, deram um cartão da agência delas e pegaram meus dados. Passaram a semana me ligando, pra eu passar por um casting, disseram que eu tenho o perfil de "Modelo de Passarela" que eles precisam.
Aham, até parece que eu vou me submeter a uma humilhação dessas! Não tenho coragem de ir.
Minha mãe não quer que eu vá porque disse que eu vou começar a querer emagrecer mais e eu já estou muito feia.
Eu não entendo! Esses dias, durante a noite, eu fui preparar um mingau de aveia pra mim. (Sim, muito gorda, fraca e nojenta!) Mas aí minha mãe me disse:
- Mingau uma hora dessas? Come uma fruta.
Fiquei muito puta! Me senti uma porca! Ela ainda disse:
- Vê se não faz muito.
Eu fiz um monte! E quando estava comendo ela quis provar. Eu disse:
- Mingau uma hora dessas, mãe? Come uma fruta.
E assim ela foi dormir chateada.
Isso também é um saco, minha mãe controlando tudo o que eu como, perguntando se fui eu que comi isso, aquilo ou aquele outro, e blábláblá.
Gente, é um inferno!
Como se já não bastasse esse tormento dentro de mim.
Amanhã é segunda-feira e eu tenho aula. Juro pra vocês que tô morrendo de vergonha de sair fora dessa porta, pisar naquela faculdade.
Preciso reassumir o controle, voltar a ser quem eu era. Isso já passou dos limites, eu tô surtando. Preciso da ajuda de vocês.

Força para todas nós. Muita força e boa semana!



LiLo, ♥



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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

I'm sorry, I can't be perfect

Agora é aquela hora em que você quer chorar e não consegue. Eu sinto que chorar aliviaria, mas já faz tanto tempo que eu não choro de verdade, que eu nem sei se ainda sei chorar.
O dia foi difícil. Hoje foi meio impossível. Eu acabei brigando com o meu namorado pela primeira vez. Eu não consegui manter o meu humor firme dessa vez e desabei. Eu queria a minha casa e o silêncio do meu quarto. No fim, fizemos as pazes, mas aqui em casa tudo continua complicado.
Apesar de ninguém citar a Mia ou reclamar da minha contestável magreza, as cobranças não cedem e a pressão se intensifica, se é que isso é possível. Fui grossa com a minha tia e com o meu padrinho, respondi os dois. Meu padrinho veio conversar comigo. Mais reclamações.
Eu só queria que eles sentissem orgulho de mim.
Mas eu não aguento mais todo mundo me falando o que fazer e como fazer, eu ouço isso o tempo todo, todos os dias! Chega uma hora que você explode! Minha própria prima de 14 anos me julgou, disse que é ridícula a minha atitude. Queria ver se fosse com ela!
Tudo que eu faço ta errado, nunca reconhecem as coisas boas que eu faço. Eu cansei de ser cobrada, criticada, não quero que me digam o que fazer! Queria ficar em paz.
Tive uns surtos de estresse na frente da minha prima, ela não entende. Ninguém entende, eles nunca vão entender.
Se eles soubessem como é viver presa nesse inferno que é a nossa cabeça e nosso coração, valorizariam cada sorriso nosso porque só nós sabemos como dói sorrir.




OBS: O lf deu certo hoje, mas hoje nada muda o meu estado. Quero dormir e esquecer. E em pensar que eu acordei tão bem e cheia de esperança.
Só encontrei lágrimas. E pra ajudar, elas estão presas aqui na minha garganta, me sufocando.


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domingo, 31 de janeiro de 2010

"Eu estou debaixo da terra, eu caí...

É, eu caí

Eu estou enlouquecendo
Então, aonde eu estou agora?
De cabeça pra baixo e eu não posso parar agora

Isso não pode me parar agora
Oh oh oh oh

Eu vou vencer
Eu, eu vou sobreviver
Quando o mundo estiver se partindo
Quando eu finalmente atingir o chão
Não vou apenas me virar
Não tente me parar
Eu não vou chorar

Eu me encontrei no País das Maravilhas

Isso é real?
É fingimento?
Eu vou dar um passo
Até o fim"






Eu não fiz a Dieta da Beyoncé. Não é que tenha dado errado. Eu nem tentei!
Eu venho me comportando muito, muito mal. Tenho comido demais, as compulsões começam logo de manhã, passo as madrugadas comendo e, em meio a tudo isso, eu mio desesperadamente. Todos os dias, mais de cinco vezes por dia. Todos os dias. To-dos os malditos dias.
Minhas férias têm sido assim, eu passo o dia todo em casa comendo e vomitando.
Que inferno, eu não aguento mais! Eu engordei mais 1kg! Tenho vergonha de sair, de colocar as minhas roupas que até mês passado caíam e agora estão certas em mim. Sinto nojo de sentir o jeans encostando, eu me visto e evito olhar no espelho. Não tenho vontade de sair. E é um grande problema porque estou namorando e eu não tenho desculpa alguma para não ir. Eu não posso falar. Eu me sinto horrível, esses têm sido dias difíceis e é ele quem torna as coisas suportáveis ♥
Venho aqui hoje me desculpar pela minha fraqueza. Essa semana voltam as minhas aulas e eu estou voltando também. Mais forte, com o meu gosto pela inanição renovado após semanas de bulimia. Às vezes a queda só nos faz levantar mais fortes. E é isso que eu vou fazer.

Just stay strong. Keep going. I still believe.




Regras:

1. Linkar o blog que te indicou e passar para as thinspos e avisá-las.
2. Completar a seguinte frase referente a cada um dos blogs indicados: Seu blog me fez abrir os olhos porque...


Recebi o selinho da Ana Paula ♥ Muito obrigada, amiga!
(http://in-auschwitz.blogspot.com/)

Eu indico:

Andie, seu blog me fez abrir os olhos porque através dele vc provou que querer mudar é dar o primeiro passo, o mais difícil deles. E provou que essa é uma decisão que cabe somente a nós, que exige muito mais do que força, exige também muita fé. Você provou que sim, é possível.

Ferzinha, seu blog me fez abrir os olhos porque através dele vc demonstra que é uma das pessoas mais esforçadas que eu tive a sorte de conhecer. Eu vejo e acompanho o seu esforço diário, a sua vontade e eu sei que vc sim vai conseguir alcançar o que deseja porque vc nunca deixou de tentar e nunca deixou de acreditar que poderia conseguir.

Dreamer
, seu blog me fez abrir os olhos porque nós somos mesmo muito parecidas. Eu simplesmente sei exatamente o que vc sente. Nós estamos vivendo sempre as mesmas coisas. A Audrey disse que nós talvez não queiramos sair. Talvez seja verdade. Talvez nós tenhamos medo porque não conhecemos nada além disso. Temos medo das coisas sem a Ana e a Mia porque elas são nossas certezas. E, apesar desse inferno, seu blog me fez abrir os olhos porque mesmo em meio a isso, é possível continuar sonhando, continuar criança, continuar simplesmente.



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P.S.: "Meninas novas", a vocês que sempre me visitam, que sempre dão a maior força, às meninas que estiveram aqui pela primeira vez, meu muito obrigada também. Me desulpem por ser tão ausente, por participar tão pouco. Não me sentia bem em vir aqui. Mas eu vou acompanhá-las também, e tentar retribui pelo menos um pouquinho todo o bem que vocês me fazem.

P.S. 2: Meninas, menino, minhas princesas, meu príncipe, meu muito obrigada a vocês também, por estarem tanto tempo comigo e por serem simplesmente indispensáveis na minha vida. Desculpem a ausência nos blogs de vocês. Eu prometo que vou tentar melhorar :)


Boa semana para todos nós. Sejam fortes ♥



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domingo, 24 de janeiro de 2010

"Calar...

...quando a gente está sofrendo, é heroísmo"

Eu fico pensando: é tanto esforço, tanto sacrifício, tanto martírio! Seu corpo treme de fome e você mantem-se faminta, seus pés fracos tropeçam e você se segura com as últimas forças que lhe restam, sua vista torna-se turva e você continua caminhando, tateando a escuridão. Nenhum regra foi quebrada, você conseguiu, mas você está sozinha e não tem ninguém para te dar os parabéns. A Ana te diz que você está no caminho certo, mas essa é apenas sua obrigação. Afinal, você não quer ser uma vaca gorda, quer?
Mas às vezes você cai. Comeu o que não devia, comeu e não podia. Antes de dormir você chora. Você está sangrando por dentro e ninguém vê. Você está gritando por dentro e ninguém é capaz de te ouvir.
Talvez você só precise de ajuda.
Mas ninguém sabe.

Somos heroínas todos os dias.
Superando a nós mesmas, aguentando até quando é capaz de aguentar, suportamos golpes, carregamos o peso do mundo nas nossas costas.
Eu tenho falhado e, sinceramente, me sinto indigna.
A Mia tem sido uma grande amiga, mas ando triste. Não posso ficar sozinha, eu tenho medo da minha mente. Eu sempre acabo chorando.
Me vejo enorme, acho que é impossível me considerarem magra. Mas hoje mesmo meu tio disse:
- Come pra ver se você engorda um pouco. Mas come bastante porque você precisa engordar muito!
Meu namorado disse brincando:
- Você não é magra, isso é ser anoréxica!
Meu sogro disse:
- Você sempre pega carona com o vento, né?
Essas coisas.
Me sinto confusa.
Durante o jantar com a família do meu namorado, a irmã dele de 13 anos se recusava a comer. Ela está meio gordinha. O pai dela (meu sogro) tentava convencê-la a comer, justificando que não é saudável passar o dia sem comer nada, que ela não pode querer emagrecer a todo custo, que ela acabaria doente. Ela quer emagrecer e não comeu. Eu assisti a tudo com um aperto no peito. "Eu conheço essa história", eu pensei. Me senti triste, mas olhei pra ela e dei um sorrisinho. Abaixei os olhos para o meu prato com uma colher de arroz, um pedaço de carne e salada. A amiga dela estava na mesa conosco e não comeu nada. Disse que já havia comido. Ela pesa 42kg.
Ok, me sinto um lixo.

Hoje eu conversei com a Ferzinha (oun ♥) no msn, estou pensando em fazer a "Dieta da Beyoncé" nessa semana. É bem rígida, pesquisem.
Desejem-me sorte.
Eu preciso emagrecer, senão eu surto.
Mesmo!

Força e bom domingo a todas. Cuidem-se.





Obs 1: Ana Paula, coloco o selinho no próximo post. Obrigada ♥
Obs 2: Nise, eu não consigo comentar no seu blog :( saudades ♥


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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

I feel so alone

Eu sou muito reservada. Mas nem sempre foi assim.
Eu era uma criança tímida com os estranhos, mas um capeta com a minha família. Aprendi a ler cedo, escrever cedo, costumava ser mais esperta e estar acima da média nos estudos. Prêmio de Melhor Aluna da sala na primeira série, Miss Primavera na segunda, Melhor Poesia na terceira, Melhor Desenho na quarta, assistente do professor, melhor trabalho de Artes e Campeã do Campeonato de Taboada na quinta. Nerd tapada na sexta, só tinha uma amiga. Juro, não falava com mais ninguém. Tinha medo das outras crianças. Pegavam meu dever pra copiar, eu não sabia dizer não. Ameaçavam me bater se eu não emprestasse, escondiam as minhas coisas, roubavam meu lanche. Eu chorava.
Bando de imbecis!
Na sétima série eu fiquei mais rebelde. Mudei de sala, fiz alguns amigos. Fui me tornando esnobe, muito esnobe em relação aos meus ex-colegas de sala. Tinha nojo deles. Eles já não eram mais uma ameaça para mim. Minha mãe começou a ouvir algumas reclamações pela primeira vez na vida nas Reuniões de Pais, graças ao meu comportamento. Segundo os professores, eu falava demais e era arrogante quando me chamavam a atenção. Argumentava que já havia terminado o meu dever, meu boletim era brilhante. Não havia uma única reclamação sobre as minhas notas, era impossível. Eu me irritava com quem demorava pra entender, demonstrava nitidamente minha imapaciência e por vezes murmurava: "burrros".
Fui monitora de sala pra ajudar os mais lentos. Desisti. Na oitava série, a história continuava. Meu grupo fez a melhor apresentação de teatro de todas as oitavas séries. Eu continuava com o mesmo perfil hostil e prepotente. Cheguei assim ao primeiro ano.
Mas nessa época eu era popular. Me achava o máximo por isso.
E foi aí que os problemas com a alimentação se intesificaram. Com 14 anos entrei para um curso de para-militares da minha cidade. Eu odiava com todas as minhas forças aquilo. Sempre passava mal nas aulas de Ordem Unida porque estava sem comer. Meu pelotão era na época o maior e com mais prestígio na entidade. Comecei a fazer um estágio no Fórum da cidade, como para-militar. Meus companheiros costumavam dizer que eu só sujava o prato pra dizer que comi. Comecei a estudar à noite. Chegava do estágio e não jantava para ir à escola, dizia que já havia comido pipoca doce. Eu guardava aquela caixinha de pipoca na minha bolsa, - todos os dias era a mesma caixinha que eu mostrava para a minha mãe - e dizia que tinha comprado pipoca de novo. Mentira.
Mentira, mentira, mentira.
Fui ficando boa nisso. Ainda sou. Isolamento - só uma consequência.
Tenho a impressão de que carrego ainda essa personalidade, digamos que, insolente. Eu era muito doce. Por vezes ainda noto alguma ternura. Mas existe também uma personalidade difícil, uma menina temperamental, dramática, exigente, fútil. Idiota.
Criei uma barreira ao meu redor pra proteger as minhas mentiras.
E agora por mais que eu tente e esteja "bem" e esteja voltando para a minha vida social e todas essas coisas, por mais que eu esteja tentando, parece que há um vidro, um traço muito fino, muito tênue que me separa do restante do mundo.
Não adianta, eu já estou do outro lado do espelho.
Eu queria alguém que me entendesse mesmo, a fundo. Quem eu sou de verdade e não quem eu sou quando estou sorrindo. "O sorriso que eu trago nem sempre é a vida que eu levo." Eu encontrei muito disso em vocês e preciso agradecer. Mas quando eu desligo o computador e me vejo frente a frente com tudo e com todos, dá um nó na garganta e uma vontade de voltar correndo para o meu quarto.
Eu me sinto confusa, acho que tudo isso não é tão certo e eu faço tudo errado.
Eu me sinto tão sozinha.




Sometimes when I say: "Oh, I'm fine", I want someone to look me in the eyes and say: "Tell the truth".




Obs: Meus pais não falaram comigo ainda, parece que não aconteceu nada, parece que ninguém sabe de nada. Não entendo por que eles agem assim. Mas é melhor assim, melhor pra mim.

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domingo, 17 de janeiro de 2010

O segredo revelado

Hoje eu acordei e ouvi que meus pais estavam conversando na sala. Minha mãe parecia estar chorando. Entendi quando ela disse: "a Barbie está com um problema sério".
Sexa-feira à noite eu jantei, fui ao banheiro, miei. Fui ao quarto me maquiar para sair. Minha mãe veio atrás de mim.
- Você está vomitando!
- Claro que não!
- Está sim porque tem vestígios no banheiro!
Opa. Você pode negar uma hipótese, não um fato. Eu continuei me maquiando. Por dentro, meu coração estava acelerado, por fora, eu fingia que não era absolutamente nada. Meu primo de 16 anos, que estava passando a semana em casa entrou no quarto. Ele segurou a minha cabeça e disse com bastante pesar:
- Cabeçuda do caralho!
Ele é um irmão pra mim.
Continuei fingindo que não era nada. Dei tchau pra minha mãe e saí. Ela estava chorando. No caminho, meu primo conversou comigo, disse que sempre se preocupou muito com tudo isso, que eu estava feia e magra demais e que eu precisava parar. Tentei manter um tom descontraído, neguei o que pude, até que finalmente consegui mudar de assunto.

Então agora eu fui descoberta. Não sei como vai ser.
Minha mãe não está falando comigo desde então. Pra piorar, eu cheguei em casa na madrugada de sexta pra sábado e ela percebeu que eu havia bebido.
Imaginem o caos. A situação que não era boa ficou ainda pior.
Talvez eles venham conversar comigo. Vai ser dolorosamente constrangedor. Estou com medo.
Eu não posso engordar agora. Vai fazer um mês que eu venho comendo compulsivamente. A comida em casa desaparece. Eu engordei, não posso mais falhar agora.
Eu preciso planejar um LF forte, preciso eliminar esses quilos que eu ganhei. Me elogiaram por estar ganhando peso, eu quero morrer com isso! Ainda dizem que eu ainda preciso ganhar um quilos pra ficar bonita de novo. Leia-se: gorda.
Está difícil, muito difícil. Por mim eu não sairia de casa, mas tem meu namorado e eu não quero cometer os mesmos erros. E eu gosto muito dele. Eu morreria se ele soubesse!
Agora eu vou ter que encarar o que vier.
Desculpem não ter visitado ninguém, mais uma vez. Eu passei o tempo todo com o meu primo, seria impossível. Ele foi embora pro interior ontem à noite. Vou sentir muito a falta dele.
É só isso. Agora eu não tenho mais com quem conversar de novo. Se antes ninguém falava comigo direito, nem quero imaginar como vai ser agora.

Força pra todas nós. Sempre é possível se levantar após uma queda.






Ela vive num conto de fadas
Em um lugar muito longe para nós encontrarmos
Esqueceu o gosto e o cheiro
De um mundo que ela deixou pra trás

É tudo sobre a exposição.
As lentes
Eu disse a ela que os ângulos estavam todos errados
Agora ela está tirando asas de borboletas

Então um dia ele a encontrou chorando
Encolhida no chão sujo
Seu príncipe finalmente veio salvá-la
E o resto você pode compreender

Você construiu um mundo mágico
Porque sua vida real é trágica



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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

In 2010 I wish...

Sabem o que eu não suporto? Essa pressão que eles fazem sobre mim.
Na maioria das vezes, é um alívio estar fora de casa. Eles me tratam como uma inútil, minha mãe critica cada milímetro das minhas roupas, cada traço da minha maquiagem. Meu pai mal fala comigo, e eu mal falo com ele. Até a minha irmã está me tratando com hostilidade ultimamente.
Eu passo o dia todo em casa, não tenho nada pra fazer nessas férias. Isso remete à uma sensação de paz, imagino. Mas não é bem assim.
Todo mundo cisma de dar palpite na minha vida, me cobrar alguma coisa, reclamar de outra coisa e blábláblá. Não suporto!
Dá vontade de mandar todo mundo ir se danar, dá vontade de mandar um foda-se pro amor próprio (se é que eu tenho algum). Queria mesmo me dedicar completamente ao meu ideal e me esquecer do mundo.
Mas eu sei que algumas pessoas no mundo gostam de mim.
E é por elas que eu sorrio e tento me manter sã e ser melhor. Sem ser tão maluca.
Eu só quero paz esse ano. A paz interior. E se todo mundo puder me deixar um pouquinho em paz também, só por alguns minutos ao menos, sem apontar cada defeito meu, eu também agradeceria.

Bom, eu engordei nas duas últimas semanas. Tô com nojo de mim, me sinto um monstro mesmo. Parece que meu corpo dobrou de tamanho, que as roupas ficaram pequenas demais pra comportar tanta gordura, parece que tudo vai transbordar!
Ainda que venham me dizer que eu estou muito magra, eu me sinto uma débil me sentindo assim. Sinto pena e raiva de mim por um segundo, mas no outro eu me foco no meu obejtivo e eu sei: preciso emagrecer outra vez.
Nas últimas semanas eu tenho comido tudo, excessivamente. E, óbvio, consequentemente eu tenho miado, excessivamente. Essa semana eu estou voltando ao controle. Tentando seguir um LF mesmo ficando em casa o dia todo.
Mas eu sei que vou conseguir.

Gostaria de pedir desculpa pela ausência nos blogs de vocês. Vou visitá-las essa semana, eu gosto muito de vocês. Desculpem.
E feliz ano novo pra todo mundo!
Que nós tenhamos força suficiente pra realizarmos todos os nossos sonhos, metas, objetivos e etc..




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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Goodbye 2009

Essa é a época do ano que eu mais gosto! E, ao invés de ficar me lamentando e reclamando por não ter conseguido o que eu queria, ao invés de me afogar na tristeza da decepção pelas coisas que não deram certo e tudo isso, eu prefiro agradecer.
E eu nem poderia reclamar, o que mais eu poderia esperar desse ano? Eu concluí uma faculdade, passei em um vestibular concorrido, estou estudando numa faculdade pública e fazendo o curso que eu quero, emagreci quase 20kg (e eu sei que mesmo que fosse 50kg a menos ainda não seria suficiente :/ ), me curei de uma dor antiga e encontrei... o amor!
Que piegas! Haha.
O ano foi bom pra mim, foi muito bom. Apesar de tudo. Apesar de tudo o que eu fiz pra estragá-lo, apesar dos mesmos erros que eu tornei a repetir, apesar da minha auto-sabotagem, o meu comodismo perante a tristeza, a desculpa da eterna insatisfação, tudo isso.
Eu sempre serei insatisfeita, eu sempre vou exigir muito de mim, eu sempre vou esperar demais das pessoas e me ferrar por causa disso, eu sempre vou achar tudo insuficiente, sempre, sempre, sempre! Ou pelo menos é essa a sensação que eu tenho.
Mas eu não quero mais me negar a alegria e o entusiasmo com a vida. Eu tenho 20 anos e só tenho me escondido ou fingido desde que eu me lembre. Já chega!
Talvez a mudança não venha num boom ou numa onda gigantesca. Talvez não. Com certeza. Eu vou lutar por isso, conquistar isso devagar. A droga da temperança. Eu quero isso e se eu quero, eu vou conseguir.
Eu vou teimar até que eu consiga. Eu vou bater o pé, vou insistir.
Eu aprendi muitas coisas esse ano.
E eu só queria dizer isso pra vocês: Não queiram emagrecer a todo custo. Como eu fiz e como eu ainda faço. É difícil, mas eu tento colocar na minha cabeça que a magreza não vale um câncer ou um infarto. Uma ruptura gástrica. A morte ou sérios danos que você carregará por toda vida.
Sim, eu ainda mio todos os dias, eu ainda tomo laxantes, faço LFs e NFs e tudo isso. Nada mudou. E isso não vai mudar, eu vou continuar, mas eu ajo de forma extrema. Quero ponderar porque eu temo. Eu simplesmente percebi que pagar os quilos a menos com a nossa saúde não vale a pena. E existem outras formas, outros caminhos. É burrice pensar no "custe o que custar". Se custar a sua vida, você morre como uma fracassada. Porque se você for como eu, você sempre vai ter outra meta, e outra, e outra. E você vai morrer antes de atingí-la.
Eu penso nisso. É isso que me faz querer ser mais "inteligente" em relação a esse inferno de todos os dias. Tentem pensar nisso também. Eu ainda não sei o que vai acontecer, se vale a pena ou não. É novo pra mim. Mas eu quero equilibrar tudo isso, ser melhor e estar bem e viver. Já existo há duas décadas.

Feliz ano novo, tudo de melhor.

FORÇA SEMPRE!


"Tudo isso parece tão egoísta. Se sair por estes corredores, encontrará pessoas lutando por mais um dia de vida. Mais uma hora, mais um minuto."

- OTH.



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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Audrey H.

Dia 15 de dezembro eu conheci a Audrey H.
Eu posso dizer que foi uma das melhores coisas que me aconteceram esse ano! Ela veio aqui pra São Paulo, nós nos encontramos na Estação da Luz e passeamos pelo Shopping Paulista e pela Avenida Paulista. Conversamos. Eu nunca imaginei que seria capaz de falar sobre tudo isso com alguém. Mas eu talvez tenha conseguido simplesmente porque era ela. Ela é uma pessoa especial, de verdade. E LINDA, muito muito muito linda! E eu fico imensamente feliz por poder contar com um anjo de verdade na minha vida.
Eu sempre vou me lembrar. Eu vou sentir a sua falta aqui, amiga. Você é encantadora e, se antes eu te admirava, essa admiração já não é nada perto do quanto eu te admiro hoje.
Eu te amo.
Obrigada!



Essa semana está sendo muito difícil. Ontem me bateu um desespero, eu não estou conseguindo controlar as compulsões nenhum dia. Tudo fica difícil.
Eu sinto que engordei, já havia engordado, mas não tenho coragem de subir na balança.
Tenho tido pesadelos durante à noite, miado várias vezes durante o dia, durante a madrugada...
Depois do meu último post, o post passado, os meus pais conversaram comigo, perguntaram o que estava acontecendo comigo. Disseram que estavam dispostos a me ajudar, estavam dispostos a me levar em psicólogos, nutricionistas, o que quer que fosse necessário.
Eu disse que estava bem, que não tinha nada. Disse que eles não tinham com que se preocupar, que eu estava forte. Eles disseram que eu estava muito magra, que todo mundo estava comentando e perguntando pra eles se eu estava doente.
Eu disse que essas pessoas não tinham o que fazer, que deveriam cuidar da própria vida. Disse que emagreci, mas que não emagreceria mais, que estava bem assim (mentira) e que portanto, também não engordaria mais que isso.
Minha mãe disse que só quer que eu seja feliz, que teme pelo que possa acontecer, me pediu pra não desperdiçar minha saúde, beleza e inteligência a troco de nada. Mais uma vez eu disse que estava bem.
E as coisas ficam assim subentendidas.
Minha mãe está me agradando, me dando coisas. Disse que fazia parte do nosso trato: para que eu fizesse as coisas certas.
Deu pra vcs entenderem?
Enfim.
Está tudo errado quanto a isso, existe um inferno explodindo em fúria dentro de mim. A compulsão é voraz, eu não estou vencendo comer, sempre preciso de mais e mais.
Isso atrapalha tudo, eu juro que estou tentando ficar bem. Ser normal, mais feliz.
Nunca imaginei que fosse tão difícil. Parece que o meu corpo dobrou de tamanho essa manhã. Que droga!

Cuidem-se.




Audrey H., eu te amo ♥


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