quinta-feira, 8 de abril de 2010

Keep walking

Eu estou continuando, depois de algum tempo comendo tão errado quanto se é possível e vomitando sempre que podia... Sim, eu engordei. E não estou recomeçando agora porque na verdade nunca parei. Eu estou continuando.
Vou continuar lutando e vou continuar me corrigindo até acertar a minha dieta de novo. Eu não consigo de outro jeito. Não dá pra comer demais sem vomitar e eu não quero continuar vomitando. Preciso da Ana.
Mas... Eu não sei, apesar de toda essa loucura, eu vi que isso não é tudo. Quer dizer, algumas coisas podem mudar tudo de lugar e bagunçar toda a sua vida... Tornar tudo pior. E quando você percebe isso, quando você percebe que as coisas podem mesmo piorar, você entende que nunca foi tão ruim assim.
Eu sei porque passei por isso. Não é tão ruim assim.
Talvez isso tenha sido necessário para eu aprender a agradecer pelo que tenho. Para eu perceber que a minha vida tem sim um valor.
Hoje eu quero viver, viver muito, viver de verdade.
Apesar disso aqui, apesar do peso do meu corpo e de tudo que a Ana e a Mia exigem. Tem que haver felicidade em meio a tudo isso. Tem que haver.
Só que eu não quero destruir meu corpo, acabar com a minha saúde. Eu só quero viver magra. Acho que se não for assim, não é possível viver. Eu vou existir tentando me suportar e, decididamente, não é isso que eu quero.

Just stay strong.



I STILL BELIEVE.


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quarta-feira, 24 de março de 2010

"Está errado do começo ao fim",

...afirmou a Lagarta decididamente. Então fez-se um silêncio por alguns minutos.

A Lagarta foi a primeira a falar.

"De que tamanho você quer ser?", ela perguntou.

"Oh, eu não ligo para qual tamanho", respondeu Alice apressadamente, "apenas um que não fique mudando sempre, a senhora sabe."

"Eu não sei", retrucou a Lagarta.




Faz tanto tempo que eu não venho aqui. Pensei bem antes de escrever isso aqui porque não tenho nada de bom pra contar, já vou logo avisando. Ainda assim, não sei o que contar, não sei por onde começar.
Eu estou perdida.

Há algum tempo, umas três semanas talvez, minha mãe disse severamente:
- Você continua fazendo coisa errada, né!
- Quê? - eu disse, fingindo não entender.
- Você continua vomitando o que come.
- Eu o quê?
- Eu não sei mais o que fazer com você. - disse ela, por fim. Então chorou e foi dormir.

No dia seguinte, talvez, - não me lembro bem agora -, minha mãe apareceu com três números de psicólogos e disse que meu pai e ela pesquisaram pra mim. Ela pediu que eu ligasse, mas o papel ficou exatamente onde ela deixou; o ignorei completamente. Assim como ignorei toda a situação e meu pai e ela - e minha irmã, e todo mundo! - acabaram fazendo o mesmo. Agora é como se nada tivesse acontecido, mais uma vez.

Durante esse tempo que eu não escrevi, eu também fui hospitalizada por desidratação e por estar com a garganta completamente obstruída, devido a inflamação. Tomei duas injeções; uma com benzetacil e dipirona (por conta da febre) e outra de voltaren. Eu havia emagrecido dois quilos na semana que eu adoeci. Me pediram alguns exames, o médico disse que eu estava "visivelmente anêmica". Não fiz os exames. Me cuidei, tomei os medicamentos, tomei muita sopa (porque nem conseguia comer nada) e recuperei os dois quilos.

E aqui estou eu agora, sem menstruar, apesar de estar gorda outra vez. (Não que eu já tenha deixado de estar algum dia)
Não sei explicar como me sinto, eu estou fazendo um esforço tremendo para ficar bem, estou decidida a ficar bem, mas isso é tão difícil! Respiro fundo quando as minhas calças que caíam ficam justas em mim, ignoro o fato de continuar vommitando várias vezes ao dia e repito pra mim mesma que isso não vai mudar da noite para o dia.
E me comprometo a continuar tentando, ainda que no fundo eu não queira nada disso. Na verdade eu nem sei o que quero... Mas, afinal, nada disso o quê?
Eu não sei.

Não queria ficar engordando e emagrecendo assim, meu peso oscila assustadoramente, eu perco e ganho muito peso muito rápido, estou sempre engordando e emagrecendo, jejuando e comendo compulsivamente para purgar, eu aumento e diminuo, depois aumento e diminuo de novo...

Tem hora que isso cansa.


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segunda-feira, 1 de março de 2010

Everyday

...is getting worse, do the same things and it hurts. I don't know if I should cry, all I know is that I'm trying.

Pouca coisa mudou, quase nada. Ou nada.
Mantendo o mesmo peso, os mesmos hábitos... Ontem eu chorei só duas vezes, hoje eu não chorei. Eu quis, mas não vou chorar. Eu sou culpada, a única culpada por ainda estar assim. Eu sei que não posso comer. Eu não posso.
Sei lá, toda a "psicose" que isso envolve, você está com seus amigos e está feliz e eles estão comendo. Às vezes você vai comer e vomitar, mas está errado. Então você não os vê mais, você está apenas com o seu silêncio externo, por dentro você continua recebendo as instruções. O seu controle volta e você começa a sentir os seus ossos outra vez. Mas você percebe que está sozinha e percebe o quanto isso dói. Nem sempre é possível suportar. E você vai chorar de qualquer jeito. E essa voz não vai se calar, por mais que você grite pra ela calar a boca, isso é tudo o que você ouve. Sempre foi assim e sempre vai ser.


Just stay strong. All we need is control.



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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

I NEED YOU SOMEHOW

Sento-me para jantar. É óbvio que eu já sabia que depois iria miar.
- Esse calor está insuportável! - disse a minha mãe - Não vou nem jantar. Não consigo comer nesse calor. Tô olhando pra você e não sei como está aguentando comer essa pratada. Mas é porque eu como bem pouco, só uma colher de arroz.
- Aqui tem duas, grande diferença. - respondi tentando controlar a minha voz. Eu queria gritar.
- É o dobro, querida. - disse ela por fim quando saiu da cozinha. Me calei. Eu estava errada.

Olhava para o prato mal conseguindo distinguir o que havia nele. Fiquei sufocada pelas lágrimas. Difícil dizer se estava sentindo mais ódio ou mais vergonha. De mim mesma.
Voltei a encher o meu prato. Comi tudo, até sentir que não cabia realmente mais nada. Passei mal.
Que nojo! Eu sou um fracasso!

As últimas semanas foram um horror! Eu estava completamente obsessiva e calada. Me isolei dos meus amigos nos dias de aula. Me isolei de tudo durante o carnaval. Foi o pior da minha vida.
Só comi e vomitei. E faço isso ainda todos os dias, normalmente umas cinco vezes por dia. Hoje não foi diferente. Enquanto enfrentava o sol do meio-dia para ir à faculdade, após ter vomitado o almoço, eu falei baixinho, com Deus ou sozinha: "Mas que inferno, mas que inferno! Não tô suportando mais!"
Não estou mesmo.
Eu queria sumir.
Consegui engordar 4,5kg desde o fim de novembro. Me sinto um monstro nojento! Fui de 47kg para 51,5kg (de calça jeans e blusinha, mas descalça).
Me sinto humilhada, patética, fraca. E sei que sou tudo isso.
Eu preciso de forças para parar de comer assim e vomitar. As compulsões estão me destruindo. Agora eu estou morrendo de dor de cabeça e estou usando um aparelho chamado holter. Voltei com ele do cardiologista, é para acompanhar os meus batimentos cardíacos. Minha vontade é de arrancar tudo isso, não vai adiantar de nada se eu não parar, mas eu não consigo!
Tô com tanta raiva! Hoje eu me matei de caminhar nesse calor infernal pra acabar comendo, como sempre, e me forçando ao máximo para vomitar tudo o que for possível depois.
Por que ninguém percebe? Por que quem olha pra mim não vê? Como podem não ver? Eu escondo tão bem assim? Por que não me escutam gritar? O meu silêncio é tão profundo assim?
Acho que eu cansei... Mas eu não desisti de lutar. Amanhã é um outro dia. Força, meninas!

Beijos, cuidem-se.



"Tão doce.
Tão inteligente.
Tão criativa.
Tão perturbada."



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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

I should be

Eu tô tão cansada, juro pra vocês. Ontem foi um desastre, eu tive várias compulsões! Levei uma maçã pra comer no intervalo da faculdade. Mas comi a maçã, um lanche, um copo de suco, um pacote de passatempo sem recheio e uma caixinha de Mentos Teens. Até meu amigo falou que eu como muito. Shit!
Eu falei pra vocês que eu tinha engordado! Disseram que eu estou mais bonita, que antes dava até dó de mim e que agora pode-se até dizer que eu sou gostosa.
Preferia que tivessem me dado um murro no meio desse meu rosto gordo!
Tô muito chateada, mas eu sei que não resolve. Hoje no café da manhã tomei café preto e foi só. Até peguei um pão na mão, fiquei ali parada olhando pra ele por alguns segundos, depois o larguei e me dei um tapa na cara pra deixar de ser essa vaca nojenta. Será que eu não sou capaz de viver sem um pão? Mas que inferno, é claro que eu posso!
Eu olho pra essa cicatriz escrito FAT no meu braço e me dá vontade de chorar, toda vez... Eu não queria isso pra mim. Não queria pra ninguém.
Eu deveria ser mais forte e deveria estar contando alguma coisa boa pra vocês. Mas não, né.
Até as 2:30 da manhã de ontem/hoje eu estava aqui comendo e indo miar. Depois parava na cozinha, pegava mais coisa, comia e voltava a miar. Fui dormir exausta, hoje eu acordei meio tonta. Mas eu sei que é possível recomeçar, já fiz isso tantas vezes que até perdi a conta.
MUITO obrigada pelos comentários, eu preciso muito de vocês. Vocês podem contar comigo sempre! Sempre! Podem me adicionar no Orkut, eu tenho um fake e o link tá ali do lado. É mais fácil pra gente manter o contato, já que nem sempre dá pra comentar nos blogs de vocês. Então a gente vai se falando por lá :)
Cuidem-se, tomem bastante água. Esse calor tá insuportável, eu estou tendo muita tontura... Só com muita água mesmo.
Sejam fortes! Estamos juntas! Hoje vai dar tudo certo!





P.S.: Não tenho coragem de ir pra agência assim. Vou emagrecer alguns quilos e talvez assim eu me sinta mais confiante para ir até lá. Não suportaria ouvir que eu sou gorda demais pra ser modelo, não mesmo :(


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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Untitled

Eu não sei como começar. Talvez eu não saiba explicar como eu me sinto, mas eu sei que ainda assim vocês entenderiam.
Eu engordei o suficiente para os meus familiares começarem a dizer que eu estou mais bonita. Mas não é o suficiente para aqueles que não me conhecem; para esses que não me viram antes, eu estou "precisando comer", é o que dizem. Enfim, não importa. Eu tô nojenta. Gorda.
As minhas compulsões nunca foram leves. Eu nunca brinquei de comer meio pacote de bolacha e miar. Eu já miei uma maçã por achar que não devia ter comido. Mas acontece que se eu começar a comer uma bolacha, eu vou comer o pacote todo e quantos mais pacotes tiver. E vou comer tudo o que eu puder, enquanto eu aguentar. E eu só vou parar quando começar a passar mal. E então, somente quando isso acontecer, eu vou miar.
Isso é o que eu chamo de compulsão.
E é isso que tem me acontecido nas últimas semanas.
O fato é que eu não aguento mais!
Tô me achando tão feia e gorda! Esses dias num shopping aqui de SP, duas mulheres de uma agência de modelo vieram falar comigo, deram um cartão da agência delas e pegaram meus dados. Passaram a semana me ligando, pra eu passar por um casting, disseram que eu tenho o perfil de "Modelo de Passarela" que eles precisam.
Aham, até parece que eu vou me submeter a uma humilhação dessas! Não tenho coragem de ir.
Minha mãe não quer que eu vá porque disse que eu vou começar a querer emagrecer mais e eu já estou muito feia.
Eu não entendo! Esses dias, durante a noite, eu fui preparar um mingau de aveia pra mim. (Sim, muito gorda, fraca e nojenta!) Mas aí minha mãe me disse:
- Mingau uma hora dessas? Come uma fruta.
Fiquei muito puta! Me senti uma porca! Ela ainda disse:
- Vê se não faz muito.
Eu fiz um monte! E quando estava comendo ela quis provar. Eu disse:
- Mingau uma hora dessas, mãe? Come uma fruta.
E assim ela foi dormir chateada.
Isso também é um saco, minha mãe controlando tudo o que eu como, perguntando se fui eu que comi isso, aquilo ou aquele outro, e blábláblá.
Gente, é um inferno!
Como se já não bastasse esse tormento dentro de mim.
Amanhã é segunda-feira e eu tenho aula. Juro pra vocês que tô morrendo de vergonha de sair fora dessa porta, pisar naquela faculdade.
Preciso reassumir o controle, voltar a ser quem eu era. Isso já passou dos limites, eu tô surtando. Preciso da ajuda de vocês.

Força para todas nós. Muita força e boa semana!



LiLo, ♥



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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

I'm sorry, I can't be perfect

Agora é aquela hora em que você quer chorar e não consegue. Eu sinto que chorar aliviaria, mas já faz tanto tempo que eu não choro de verdade, que eu nem sei se ainda sei chorar.
O dia foi difícil. Hoje foi meio impossível. Eu acabei brigando com o meu namorado pela primeira vez. Eu não consegui manter o meu humor firme dessa vez e desabei. Eu queria a minha casa e o silêncio do meu quarto. No fim, fizemos as pazes, mas aqui em casa tudo continua complicado.
Apesar de ninguém citar a Mia ou reclamar da minha contestável magreza, as cobranças não cedem e a pressão se intensifica, se é que isso é possível. Fui grossa com a minha tia e com o meu padrinho, respondi os dois. Meu padrinho veio conversar comigo. Mais reclamações.
Eu só queria que eles sentissem orgulho de mim.
Mas eu não aguento mais todo mundo me falando o que fazer e como fazer, eu ouço isso o tempo todo, todos os dias! Chega uma hora que você explode! Minha própria prima de 14 anos me julgou, disse que é ridícula a minha atitude. Queria ver se fosse com ela!
Tudo que eu faço ta errado, nunca reconhecem as coisas boas que eu faço. Eu cansei de ser cobrada, criticada, não quero que me digam o que fazer! Queria ficar em paz.
Tive uns surtos de estresse na frente da minha prima, ela não entende. Ninguém entende, eles nunca vão entender.
Se eles soubessem como é viver presa nesse inferno que é a nossa cabeça e nosso coração, valorizariam cada sorriso nosso porque só nós sabemos como dói sorrir.




OBS: O lf deu certo hoje, mas hoje nada muda o meu estado. Quero dormir e esquecer. E em pensar que eu acordei tão bem e cheia de esperança.
Só encontrei lágrimas. E pra ajudar, elas estão presas aqui na minha garganta, me sufocando.


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domingo, 31 de janeiro de 2010

"Eu estou debaixo da terra, eu caí...

É, eu caí

Eu estou enlouquecendo
Então, aonde eu estou agora?
De cabeça pra baixo e eu não posso parar agora

Isso não pode me parar agora
Oh oh oh oh

Eu vou vencer
Eu, eu vou sobreviver
Quando o mundo estiver se partindo
Quando eu finalmente atingir o chão
Não vou apenas me virar
Não tente me parar
Eu não vou chorar

Eu me encontrei no País das Maravilhas

Isso é real?
É fingimento?
Eu vou dar um passo
Até o fim"






Eu não fiz a Dieta da Beyoncé. Não é que tenha dado errado. Eu nem tentei!
Eu venho me comportando muito, muito mal. Tenho comido demais, as compulsões começam logo de manhã, passo as madrugadas comendo e, em meio a tudo isso, eu mio desesperadamente. Todos os dias, mais de cinco vezes por dia. Todos os dias. To-dos os malditos dias.
Minhas férias têm sido assim, eu passo o dia todo em casa comendo e vomitando.
Que inferno, eu não aguento mais! Eu engordei mais 1kg! Tenho vergonha de sair, de colocar as minhas roupas que até mês passado caíam e agora estão certas em mim. Sinto nojo de sentir o jeans encostando, eu me visto e evito olhar no espelho. Não tenho vontade de sair. E é um grande problema porque estou namorando e eu não tenho desculpa alguma para não ir. Eu não posso falar. Eu me sinto horrível, esses têm sido dias difíceis e é ele quem torna as coisas suportáveis ♥
Venho aqui hoje me desculpar pela minha fraqueza. Essa semana voltam as minhas aulas e eu estou voltando também. Mais forte, com o meu gosto pela inanição renovado após semanas de bulimia. Às vezes a queda só nos faz levantar mais fortes. E é isso que eu vou fazer.

Just stay strong. Keep going. I still believe.




Regras:

1. Linkar o blog que te indicou e passar para as thinspos e avisá-las.
2. Completar a seguinte frase referente a cada um dos blogs indicados: Seu blog me fez abrir os olhos porque...


Recebi o selinho da Ana Paula ♥ Muito obrigada, amiga!
(http://in-auschwitz.blogspot.com/)

Eu indico:

Andie, seu blog me fez abrir os olhos porque através dele vc provou que querer mudar é dar o primeiro passo, o mais difícil deles. E provou que essa é uma decisão que cabe somente a nós, que exige muito mais do que força, exige também muita fé. Você provou que sim, é possível.

Ferzinha, seu blog me fez abrir os olhos porque através dele vc demonstra que é uma das pessoas mais esforçadas que eu tive a sorte de conhecer. Eu vejo e acompanho o seu esforço diário, a sua vontade e eu sei que vc sim vai conseguir alcançar o que deseja porque vc nunca deixou de tentar e nunca deixou de acreditar que poderia conseguir.

Dreamer
, seu blog me fez abrir os olhos porque nós somos mesmo muito parecidas. Eu simplesmente sei exatamente o que vc sente. Nós estamos vivendo sempre as mesmas coisas. A Audrey disse que nós talvez não queiramos sair. Talvez seja verdade. Talvez nós tenhamos medo porque não conhecemos nada além disso. Temos medo das coisas sem a Ana e a Mia porque elas são nossas certezas. E, apesar desse inferno, seu blog me fez abrir os olhos porque mesmo em meio a isso, é possível continuar sonhando, continuar criança, continuar simplesmente.



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P.S.: "Meninas novas", a vocês que sempre me visitam, que sempre dão a maior força, às meninas que estiveram aqui pela primeira vez, meu muito obrigada também. Me desulpem por ser tão ausente, por participar tão pouco. Não me sentia bem em vir aqui. Mas eu vou acompanhá-las também, e tentar retribui pelo menos um pouquinho todo o bem que vocês me fazem.

P.S. 2: Meninas, menino, minhas princesas, meu príncipe, meu muito obrigada a vocês também, por estarem tanto tempo comigo e por serem simplesmente indispensáveis na minha vida. Desculpem a ausência nos blogs de vocês. Eu prometo que vou tentar melhorar :)


Boa semana para todos nós. Sejam fortes ♥



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domingo, 24 de janeiro de 2010

"Calar...

...quando a gente está sofrendo, é heroísmo"

Eu fico pensando: é tanto esforço, tanto sacrifício, tanto martírio! Seu corpo treme de fome e você mantem-se faminta, seus pés fracos tropeçam e você se segura com as últimas forças que lhe restam, sua vista torna-se turva e você continua caminhando, tateando a escuridão. Nenhum regra foi quebrada, você conseguiu, mas você está sozinha e não tem ninguém para te dar os parabéns. A Ana te diz que você está no caminho certo, mas essa é apenas sua obrigação. Afinal, você não quer ser uma vaca gorda, quer?
Mas às vezes você cai. Comeu o que não devia, comeu e não podia. Antes de dormir você chora. Você está sangrando por dentro e ninguém vê. Você está gritando por dentro e ninguém é capaz de te ouvir.
Talvez você só precise de ajuda.
Mas ninguém sabe.

Somos heroínas todos os dias.
Superando a nós mesmas, aguentando até quando é capaz de aguentar, suportamos golpes, carregamos o peso do mundo nas nossas costas.
Eu tenho falhado e, sinceramente, me sinto indigna.
A Mia tem sido uma grande amiga, mas ando triste. Não posso ficar sozinha, eu tenho medo da minha mente. Eu sempre acabo chorando.
Me vejo enorme, acho que é impossível me considerarem magra. Mas hoje mesmo meu tio disse:
- Come pra ver se você engorda um pouco. Mas come bastante porque você precisa engordar muito!
Meu namorado disse brincando:
- Você não é magra, isso é ser anoréxica!
Meu sogro disse:
- Você sempre pega carona com o vento, né?
Essas coisas.
Me sinto confusa.
Durante o jantar com a família do meu namorado, a irmã dele de 13 anos se recusava a comer. Ela está meio gordinha. O pai dela (meu sogro) tentava convencê-la a comer, justificando que não é saudável passar o dia sem comer nada, que ela não pode querer emagrecer a todo custo, que ela acabaria doente. Ela quer emagrecer e não comeu. Eu assisti a tudo com um aperto no peito. "Eu conheço essa história", eu pensei. Me senti triste, mas olhei pra ela e dei um sorrisinho. Abaixei os olhos para o meu prato com uma colher de arroz, um pedaço de carne e salada. A amiga dela estava na mesa conosco e não comeu nada. Disse que já havia comido. Ela pesa 42kg.
Ok, me sinto um lixo.

Hoje eu conversei com a Ferzinha (oun ♥) no msn, estou pensando em fazer a "Dieta da Beyoncé" nessa semana. É bem rígida, pesquisem.
Desejem-me sorte.
Eu preciso emagrecer, senão eu surto.
Mesmo!

Força e bom domingo a todas. Cuidem-se.





Obs 1: Ana Paula, coloco o selinho no próximo post. Obrigada ♥
Obs 2: Nise, eu não consigo comentar no seu blog :( saudades ♥


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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

I feel so alone

Eu sou muito reservada. Mas nem sempre foi assim.
Eu era uma criança tímida com os estranhos, mas um capeta com a minha família. Aprendi a ler cedo, escrever cedo, costumava ser mais esperta e estar acima da média nos estudos. Prêmio de Melhor Aluna da sala na primeira série, Miss Primavera na segunda, Melhor Poesia na terceira, Melhor Desenho na quarta, assistente do professor, melhor trabalho de Artes e Campeã do Campeonato de Taboada na quinta. Nerd tapada na sexta, só tinha uma amiga. Juro, não falava com mais ninguém. Tinha medo das outras crianças. Pegavam meu dever pra copiar, eu não sabia dizer não. Ameaçavam me bater se eu não emprestasse, escondiam as minhas coisas, roubavam meu lanche. Eu chorava.
Bando de imbecis!
Na sétima série eu fiquei mais rebelde. Mudei de sala, fiz alguns amigos. Fui me tornando esnobe, muito esnobe em relação aos meus ex-colegas de sala. Tinha nojo deles. Eles já não eram mais uma ameaça para mim. Minha mãe começou a ouvir algumas reclamações pela primeira vez na vida nas Reuniões de Pais, graças ao meu comportamento. Segundo os professores, eu falava demais e era arrogante quando me chamavam a atenção. Argumentava que já havia terminado o meu dever, meu boletim era brilhante. Não havia uma única reclamação sobre as minhas notas, era impossível. Eu me irritava com quem demorava pra entender, demonstrava nitidamente minha imapaciência e por vezes murmurava: "burrros".
Fui monitora de sala pra ajudar os mais lentos. Desisti. Na oitava série, a história continuava. Meu grupo fez a melhor apresentação de teatro de todas as oitavas séries. Eu continuava com o mesmo perfil hostil e prepotente. Cheguei assim ao primeiro ano.
Mas nessa época eu era popular. Me achava o máximo por isso.
E foi aí que os problemas com a alimentação se intesificaram. Com 14 anos entrei para um curso de para-militares da minha cidade. Eu odiava com todas as minhas forças aquilo. Sempre passava mal nas aulas de Ordem Unida porque estava sem comer. Meu pelotão era na época o maior e com mais prestígio na entidade. Comecei a fazer um estágio no Fórum da cidade, como para-militar. Meus companheiros costumavam dizer que eu só sujava o prato pra dizer que comi. Comecei a estudar à noite. Chegava do estágio e não jantava para ir à escola, dizia que já havia comido pipoca doce. Eu guardava aquela caixinha de pipoca na minha bolsa, - todos os dias era a mesma caixinha que eu mostrava para a minha mãe - e dizia que tinha comprado pipoca de novo. Mentira.
Mentira, mentira, mentira.
Fui ficando boa nisso. Ainda sou. Isolamento - só uma consequência.
Tenho a impressão de que carrego ainda essa personalidade, digamos que, insolente. Eu era muito doce. Por vezes ainda noto alguma ternura. Mas existe também uma personalidade difícil, uma menina temperamental, dramática, exigente, fútil. Idiota.
Criei uma barreira ao meu redor pra proteger as minhas mentiras.
E agora por mais que eu tente e esteja "bem" e esteja voltando para a minha vida social e todas essas coisas, por mais que eu esteja tentando, parece que há um vidro, um traço muito fino, muito tênue que me separa do restante do mundo.
Não adianta, eu já estou do outro lado do espelho.
Eu queria alguém que me entendesse mesmo, a fundo. Quem eu sou de verdade e não quem eu sou quando estou sorrindo. "O sorriso que eu trago nem sempre é a vida que eu levo." Eu encontrei muito disso em vocês e preciso agradecer. Mas quando eu desligo o computador e me vejo frente a frente com tudo e com todos, dá um nó na garganta e uma vontade de voltar correndo para o meu quarto.
Eu me sinto confusa, acho que tudo isso não é tão certo e eu faço tudo errado.
Eu me sinto tão sozinha.




Sometimes when I say: "Oh, I'm fine", I want someone to look me in the eyes and say: "Tell the truth".




Obs: Meus pais não falaram comigo ainda, parece que não aconteceu nada, parece que ninguém sabe de nada. Não entendo por que eles agem assim. Mas é melhor assim, melhor pra mim.

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domingo, 17 de janeiro de 2010

O segredo revelado

Hoje eu acordei e ouvi que meus pais estavam conversando na sala. Minha mãe parecia estar chorando. Entendi quando ela disse: "a Barbie está com um problema sério".
Sexa-feira à noite eu jantei, fui ao banheiro, miei. Fui ao quarto me maquiar para sair. Minha mãe veio atrás de mim.
- Você está vomitando!
- Claro que não!
- Está sim porque tem vestígios no banheiro!
Opa. Você pode negar uma hipótese, não um fato. Eu continuei me maquiando. Por dentro, meu coração estava acelerado, por fora, eu fingia que não era absolutamente nada. Meu primo de 16 anos, que estava passando a semana em casa entrou no quarto. Ele segurou a minha cabeça e disse com bastante pesar:
- Cabeçuda do caralho!
Ele é um irmão pra mim.
Continuei fingindo que não era nada. Dei tchau pra minha mãe e saí. Ela estava chorando. No caminho, meu primo conversou comigo, disse que sempre se preocupou muito com tudo isso, que eu estava feia e magra demais e que eu precisava parar. Tentei manter um tom descontraído, neguei o que pude, até que finalmente consegui mudar de assunto.

Então agora eu fui descoberta. Não sei como vai ser.
Minha mãe não está falando comigo desde então. Pra piorar, eu cheguei em casa na madrugada de sexta pra sábado e ela percebeu que eu havia bebido.
Imaginem o caos. A situação que não era boa ficou ainda pior.
Talvez eles venham conversar comigo. Vai ser dolorosamente constrangedor. Estou com medo.
Eu não posso engordar agora. Vai fazer um mês que eu venho comendo compulsivamente. A comida em casa desaparece. Eu engordei, não posso mais falhar agora.
Eu preciso planejar um LF forte, preciso eliminar esses quilos que eu ganhei. Me elogiaram por estar ganhando peso, eu quero morrer com isso! Ainda dizem que eu ainda preciso ganhar um quilos pra ficar bonita de novo. Leia-se: gorda.
Está difícil, muito difícil. Por mim eu não sairia de casa, mas tem meu namorado e eu não quero cometer os mesmos erros. E eu gosto muito dele. Eu morreria se ele soubesse!
Agora eu vou ter que encarar o que vier.
Desculpem não ter visitado ninguém, mais uma vez. Eu passei o tempo todo com o meu primo, seria impossível. Ele foi embora pro interior ontem à noite. Vou sentir muito a falta dele.
É só isso. Agora eu não tenho mais com quem conversar de novo. Se antes ninguém falava comigo direito, nem quero imaginar como vai ser agora.

Força pra todas nós. Sempre é possível se levantar após uma queda.






Ela vive num conto de fadas
Em um lugar muito longe para nós encontrarmos
Esqueceu o gosto e o cheiro
De um mundo que ela deixou pra trás

É tudo sobre a exposição.
As lentes
Eu disse a ela que os ângulos estavam todos errados
Agora ela está tirando asas de borboletas

Então um dia ele a encontrou chorando
Encolhida no chão sujo
Seu príncipe finalmente veio salvá-la
E o resto você pode compreender

Você construiu um mundo mágico
Porque sua vida real é trágica



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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

In 2010 I wish...

Sabem o que eu não suporto? Essa pressão que eles fazem sobre mim.
Na maioria das vezes, é um alívio estar fora de casa. Eles me tratam como uma inútil, minha mãe critica cada milímetro das minhas roupas, cada traço da minha maquiagem. Meu pai mal fala comigo, e eu mal falo com ele. Até a minha irmã está me tratando com hostilidade ultimamente.
Eu passo o dia todo em casa, não tenho nada pra fazer nessas férias. Isso remete à uma sensação de paz, imagino. Mas não é bem assim.
Todo mundo cisma de dar palpite na minha vida, me cobrar alguma coisa, reclamar de outra coisa e blábláblá. Não suporto!
Dá vontade de mandar todo mundo ir se danar, dá vontade de mandar um foda-se pro amor próprio (se é que eu tenho algum). Queria mesmo me dedicar completamente ao meu ideal e me esquecer do mundo.
Mas eu sei que algumas pessoas no mundo gostam de mim.
E é por elas que eu sorrio e tento me manter sã e ser melhor. Sem ser tão maluca.
Eu só quero paz esse ano. A paz interior. E se todo mundo puder me deixar um pouquinho em paz também, só por alguns minutos ao menos, sem apontar cada defeito meu, eu também agradeceria.

Bom, eu engordei nas duas últimas semanas. Tô com nojo de mim, me sinto um monstro mesmo. Parece que meu corpo dobrou de tamanho, que as roupas ficaram pequenas demais pra comportar tanta gordura, parece que tudo vai transbordar!
Ainda que venham me dizer que eu estou muito magra, eu me sinto uma débil me sentindo assim. Sinto pena e raiva de mim por um segundo, mas no outro eu me foco no meu obejtivo e eu sei: preciso emagrecer outra vez.
Nas últimas semanas eu tenho comido tudo, excessivamente. E, óbvio, consequentemente eu tenho miado, excessivamente. Essa semana eu estou voltando ao controle. Tentando seguir um LF mesmo ficando em casa o dia todo.
Mas eu sei que vou conseguir.

Gostaria de pedir desculpa pela ausência nos blogs de vocês. Vou visitá-las essa semana, eu gosto muito de vocês. Desculpem.
E feliz ano novo pra todo mundo!
Que nós tenhamos força suficiente pra realizarmos todos os nossos sonhos, metas, objetivos e etc..




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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Goodbye 2009

Essa é a época do ano que eu mais gosto! E, ao invés de ficar me lamentando e reclamando por não ter conseguido o que eu queria, ao invés de me afogar na tristeza da decepção pelas coisas que não deram certo e tudo isso, eu prefiro agradecer.
E eu nem poderia reclamar, o que mais eu poderia esperar desse ano? Eu concluí uma faculdade, passei em um vestibular concorrido, estou estudando numa faculdade pública e fazendo o curso que eu quero, emagreci quase 20kg (e eu sei que mesmo que fosse 50kg a menos ainda não seria suficiente :/ ), me curei de uma dor antiga e encontrei... o amor!
Que piegas! Haha.
O ano foi bom pra mim, foi muito bom. Apesar de tudo. Apesar de tudo o que eu fiz pra estragá-lo, apesar dos mesmos erros que eu tornei a repetir, apesar da minha auto-sabotagem, o meu comodismo perante a tristeza, a desculpa da eterna insatisfação, tudo isso.
Eu sempre serei insatisfeita, eu sempre vou exigir muito de mim, eu sempre vou esperar demais das pessoas e me ferrar por causa disso, eu sempre vou achar tudo insuficiente, sempre, sempre, sempre! Ou pelo menos é essa a sensação que eu tenho.
Mas eu não quero mais me negar a alegria e o entusiasmo com a vida. Eu tenho 20 anos e só tenho me escondido ou fingido desde que eu me lembre. Já chega!
Talvez a mudança não venha num boom ou numa onda gigantesca. Talvez não. Com certeza. Eu vou lutar por isso, conquistar isso devagar. A droga da temperança. Eu quero isso e se eu quero, eu vou conseguir.
Eu vou teimar até que eu consiga. Eu vou bater o pé, vou insistir.
Eu aprendi muitas coisas esse ano.
E eu só queria dizer isso pra vocês: Não queiram emagrecer a todo custo. Como eu fiz e como eu ainda faço. É difícil, mas eu tento colocar na minha cabeça que a magreza não vale um câncer ou um infarto. Uma ruptura gástrica. A morte ou sérios danos que você carregará por toda vida.
Sim, eu ainda mio todos os dias, eu ainda tomo laxantes, faço LFs e NFs e tudo isso. Nada mudou. E isso não vai mudar, eu vou continuar, mas eu ajo de forma extrema. Quero ponderar porque eu temo. Eu simplesmente percebi que pagar os quilos a menos com a nossa saúde não vale a pena. E existem outras formas, outros caminhos. É burrice pensar no "custe o que custar". Se custar a sua vida, você morre como uma fracassada. Porque se você for como eu, você sempre vai ter outra meta, e outra, e outra. E você vai morrer antes de atingí-la.
Eu penso nisso. É isso que me faz querer ser mais "inteligente" em relação a esse inferno de todos os dias. Tentem pensar nisso também. Eu ainda não sei o que vai acontecer, se vale a pena ou não. É novo pra mim. Mas eu quero equilibrar tudo isso, ser melhor e estar bem e viver. Já existo há duas décadas.

Feliz ano novo, tudo de melhor.

FORÇA SEMPRE!


"Tudo isso parece tão egoísta. Se sair por estes corredores, encontrará pessoas lutando por mais um dia de vida. Mais uma hora, mais um minuto."

- OTH.



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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Audrey H.

Dia 15 de dezembro eu conheci a Audrey H.
Eu posso dizer que foi uma das melhores coisas que me aconteceram esse ano! Ela veio aqui pra São Paulo, nós nos encontramos na Estação da Luz e passeamos pelo Shopping Paulista e pela Avenida Paulista. Conversamos. Eu nunca imaginei que seria capaz de falar sobre tudo isso com alguém. Mas eu talvez tenha conseguido simplesmente porque era ela. Ela é uma pessoa especial, de verdade. E LINDA, muito muito muito linda! E eu fico imensamente feliz por poder contar com um anjo de verdade na minha vida.
Eu sempre vou me lembrar. Eu vou sentir a sua falta aqui, amiga. Você é encantadora e, se antes eu te admirava, essa admiração já não é nada perto do quanto eu te admiro hoje.
Eu te amo.
Obrigada!



Essa semana está sendo muito difícil. Ontem me bateu um desespero, eu não estou conseguindo controlar as compulsões nenhum dia. Tudo fica difícil.
Eu sinto que engordei, já havia engordado, mas não tenho coragem de subir na balança.
Tenho tido pesadelos durante à noite, miado várias vezes durante o dia, durante a madrugada...
Depois do meu último post, o post passado, os meus pais conversaram comigo, perguntaram o que estava acontecendo comigo. Disseram que estavam dispostos a me ajudar, estavam dispostos a me levar em psicólogos, nutricionistas, o que quer que fosse necessário.
Eu disse que estava bem, que não tinha nada. Disse que eles não tinham com que se preocupar, que eu estava forte. Eles disseram que eu estava muito magra, que todo mundo estava comentando e perguntando pra eles se eu estava doente.
Eu disse que essas pessoas não tinham o que fazer, que deveriam cuidar da própria vida. Disse que emagreci, mas que não emagreceria mais, que estava bem assim (mentira) e que portanto, também não engordaria mais que isso.
Minha mãe disse que só quer que eu seja feliz, que teme pelo que possa acontecer, me pediu pra não desperdiçar minha saúde, beleza e inteligência a troco de nada. Mais uma vez eu disse que estava bem.
E as coisas ficam assim subentendidas.
Minha mãe está me agradando, me dando coisas. Disse que fazia parte do nosso trato: para que eu fizesse as coisas certas.
Deu pra vcs entenderem?
Enfim.
Está tudo errado quanto a isso, existe um inferno explodindo em fúria dentro de mim. A compulsão é voraz, eu não estou vencendo comer, sempre preciso de mais e mais.
Isso atrapalha tudo, eu juro que estou tentando ficar bem. Ser normal, mais feliz.
Nunca imaginei que fosse tão difícil. Parece que o meu corpo dobrou de tamanho essa manhã. Que droga!

Cuidem-se.




Audrey H., eu te amo ♥


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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

CARPE DIEM :)

No meu último post eu disse que havia acontecido algo especial, lembram?
Hoje faz exatamente duas semanas. E eu nunca mais havia me sentido tão VIVA quanto eu estou me sentindo agora.
Eu estou namorando. E eu quero ser feliz pra ele, e bonita pra ele... E menos nojenta, problemática e errada pra ele.
Porque por mim, eu não dou a mínima. E quero deixar de ser assim também.
Comentei com o meu melhor amigo: eu saí sem ele com um pessoal da faculdade. Umas três vezes! Disse pra ele que é um grande progresso, nós rimos, mas é verdade. Eu nunca me afastava do meu melhor amigo, sempre tinha que ter alguém conhecido, algo seguro, meu refúgio.
Eu ainda me sinto meio insegura e perdida, dá um friozinho na barriga, sim. Mas eu preciso fazer isso. Então eu faço. Saí, conversei e ri. Foi bom, está sendo bom.
Ficar bem é a escolha mais difícil.
Se entregar à tristeza e reclamar e jejuar e vomitar é bem mais fácil. É o que eu sei, o que eu conheço.
Sair e comer um lanche natural com Coca Zero pensando: "porra, sua vaca gorda! Ta todo mundo olhando" é bem mais difícil. Manter aquela coisa dentro de você, mesmo sendo a única coisa que você comeu durante o dia todo é bem mais difícil. Às vezes eu mantenho, às vezes não.
As coisas estão difíceis. E eu nem sempre consigo ser muito educada. Um menino na faculdade comentou na frente de todo mundo que eu não devo almoçar, eu ri. Como se não fosse suficiente, ele disse: "E quando come, ainda quer..." e fez um gesto de ânsia, colocando o dedo na boca. Não ri.
Chamei ele pra conversar, perguntei por que ele disse aquilo. Ele disse que tinha ouvido falar, comentários. A mãe de uma amiga minha disse pra mim quando eu viajei com ela: "Agora você não vai ao banheiro até a hora de ir embora". Fiz cara de espanto e fingi que não entendi. Eu tinha acabado de almoçar, frango e salada. Inferno!
Uma amiga da minha mãe já avisou que vai pegar no meu pé. Disse que eu preciso engordar e que eu sou a única das meninas que não tem bunda. Eu disse que gosto de ser assim.
Enfim, é tanta coisa que isso nem é nada. Minha prima disse que precisa conversar comigo, vamos ver. Disse que é coisa que a família está comentando e pediram pra que ela converse comigo, já que nós somos melhores amigas...
Eu dei uma engordadinha, voltei aos 47 e poucos. Estava com 45 e poucos. Não fiquei triste porque estou numa fase boa. Estou feliz, sei que posso emagrecer de novo. Mas engordar esses 2kg não ajudou muito.
Pensei que as coisas melhorariam... Só minha mãe parou de falar. Vamos ver até quando.
Com o meu namorado eu não vou ter tanto problema, ele prefere meninas magrelas :)
Ele é tão perfeito!
Eu estou feliz e estou bem como há muito tempo não estava, precisava dizer isso pra vocês. Não se preocupem, eu nem lembrava quando foi a última vez que eu me senti assim, então... Melhor aproveitar.
De que adianta secar se vamos continuar tristes e absolutamente infelizes?
Vou emagrecer, mas decidi ficar bem. Espero que vocês façam o mesmo.

CARPE DIEM!

Força! ♥




"Eu chorava, no começo eu chorava e não entendia, apenas não entendia, e não entender dói, e a dor fazia com que eu chorasse, no começo."

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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

É só o vento lá fora

Me desculpem por estar ausente há tanto tempo nos blogs de vocês. Sinto que devo isso a vocês, porque eu sei que vocês se importam.
E eu não quero preocupar vocês, nem ninguém. Nunca quis. Mas eu sinto que tudo é externo. Como eu posso explicar? Eu estou dentro do meu corpo e eu preciso me sentir segura aqui pra viver bem aqui dentro; dentro desse corpo. Não estou tentando me destruir, e eu tenho que falar pra vocês que eu estou me cuidando... Pelo menos faço o possível pra isso. Perdi uma consulta no cardiologista ontem, tinha um exame importante, mas acabei me esquecendo. Esqueço de tudo. Mas eu vou remarcar, promessa.
Sabem, está difícil-pra-caramba viver aqui na minha casa. Vieram conversar comigo hoje, minha madrinha, minha mãe. Meu pai passou pela gente, reclamou dos meus braços magros, dos meus dedos, das minhas mãos e foi embora rebatendo as minhas defesas. Minha mãe falou do meu rosto, falaram da minha bunda, da minha expressão. Questionaram os "métodos" que eu uso pra emagrecer. Tentaram me convencer a procurar um psicólogo. Nos atacamos um pouco, minhas primas estavam junto, ouvindo tudo... Quis chorar, mas me segurei. A minha mãe também.
O clima aqui está pesado. Não fico bem em casa, gostaria de estar em qualquer outro lugar. Como a minha mãe mencionou, meu pai e eu parecemos estranhos dentro de casa. Se trocamos duas palavras, batemos de frente e fica tudo uma merda. Minha mãe está estranha, tensa, dura. Não dá mais pra conversar com ela também. Minha madrinha estava intermediando toda a conversa, tentou ajudar, amenizar. Eu soube que a minha mãe dorme mal e acorda no meio da noite tentando entender o que está acontecendo comigo.
Me senti um lixo por isso.
Mas, como eu disse no começo do post, é externo. E eu me fecho dentro de mim e espero passar. "É só o vento lá fora". Vai ficar tudo bem.
Me recolho para o meu silêncio, a paz que eu conheço. Como o mínimo possível. Mio quando preciso.
Uma coisa certa. Meu controle. Está tudo bem.




P.S.: Aconteceu algo bom. Algo que me deixa feliz, um motivo pelo qual eu estava contente. Eu queria falar sobre isso, mas depois de hoje...



Não é só meu orgulho
É só até essas lágrimas secarem



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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Perdão,

e que um dia minha vida tome um rumo, perdão Pai, mas é preciso.

:/

Aniversário da minha mãe.
Ela menciona a minha aparência segundo ela doentia. Não acho justo; justamente nessa noite eu dormi menos de três horas. Ela também menciona a minha insônia, irritabilidade, instrospecção, falta de concentração, magreza. Falsa magreza, diga-se de passagem. Eu digo que ela implica demais comigo.
Minha mãe falou também sobre não aguentar mais as pessoas comentando e perguntando pra ela o que há de errado comigo. Ela diz que eu estou feia e eu digo que não estou e que ela não poderia me achar feia porque é minha mãe.
Ela diz que é pra eu marcar uma consulta amanhã de manhã pra tratar de uma vez do que "está acontecendo". Eu digo que não vou ao médico. Minha prima, que presencia todo o agradável diálogo diz pra minha mãe que eu estou doente e que eu preciso ir ao médico.
Minha mãe diz que vai comigo. Eu digo que não vou.

Acreditem em mim: eu estou sofrendo. Sofrendo por causar essa preocupação, que na minha opinião é desnecessária. Tem gente que está mesmo muito "abaixo do peso", mas eu não estou magra, eu juro.
E eu queria pelo menos não me odiar tanto, não me achar tão imensa, não me sentir assim o tempo todo.
Disseram que eu estou estranha, minha mãe disse que meu pai também achou e que ele quer falar comigo. Vai ser engraçado, porque ele nem fala comigo sobre a faculdade, o que dirá sobre isso!
Decidi que toda minha força vai ser dedicada a emagrecer mais daqui pra frente. E também em ser mais alegre, eu vou me esforçar muito pra isso. Ser mais atenciosa com as pessoas, mais calma, mais simpática. Vou tentar, eu juro. Sei que não sou nada disso, mas eu quero ser.

Hoje eu passei o dia mal porque comi muito mal e miei tudo o que comi. Mal parava sentada, cochilei alguns minutos quando fugi pro meu quarto por volta das 7 da noite e depois me senti um pouco melhor. Agora eu vou tentar dormir pra evitar as compulsões noturnas, que são as piores. Nos últimos episódios, eu acabei com tudo que tinha no armário e na geladeira. Pacotes de bolacha, latas de patê e leite condensado, pães de forma, doces, mousse, sorvete, refrigerante... Óbvio que a minha mãe percebeu. E eu só engordei 300g. E é óbvio que isso ela não percebeu.

Mas essas gramas a mais me encheram de ódio. Vou me restringir ao máximo. Quero chegar logo aos 45kg.

Meninas, cuidem-se. Sejam fortes e aproveitem a vida. Vivam!

Beijos.



LA VIE EST BELLE.



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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

I promise that I will be more perfect

Estou pesando 47kg.
Agora eu estou avançando em direção aos 45.
Não está sendo fácil, as coisas não têm saído exatamente como eu planejei, por vezes tenho tropeçado. Mas a Mia tem estado comigo, todas essas vezes.
Eu sinto que fiz a minha obrigação, e é isso. Não posso perder o foco, preciso melhorar a minha disciplina.
Meu humor é absurdamente instável. Tem dias que eu estou alegre, agitada. Tem dias que eu estou melancólica, triste. Tem dias que eu estou meiga, tranquila. Tem dias que eu estou ardendo em ódio. Mas tudo bem, eu sinto que, apesar de alguma coisa ou outra, eu estou no controle.
Esta semana está sendo puxada, passo o dia todo na faculdade. Durante a tarde para as aulas, durante a noite para a Semana de Tecnologia. Eu faço parte da Equipe de Apoio, que inicialmente contava apenas com 12 alunos (bem menos agora que alguns desistiram) então não posso nem pensar em faltar. Então tem o momento do nosso lanche, que consiste em uma diversidade imensa de doces, salgados e refrigerantes. É quando a minha compulsão ataca e eu como o máximo que eu posso sem parecer mal educada. Muito difícil. E depois eu vou ao banheiro vomitar.
Anyway.
Tenho ouvido muito tipo de coisa. Por exemplo:
- Você está passando fome na sua casa? Quer ir almoçar em casa um dia desses?
- A Barbie está só o osso! Nossa, tô até com dó de você.
- Você tem que parar com essa história de emagrecer, isso pode virar anorexia, sabia? Já ta quase.
...Quase.
Ou não. Sei lá. Não importa, só quero estar magra de fato. E me sentir assim. E me sentir pura e perfeita. E limpa e leve. E em paz.
Essa semana também, depois da aula, nós saímos da faculdade e fomos a uma lanchonete. Os meninos da minha sala comendo açaí, bebendo cerveja, outros comendo lanche natural, tomando refrigerante. E eu comendo um saquinho de mostarda. A conversa deles me intrigou.
- Nossa, açaí é muito calórico. Vou ficar gordo, tomando cerveja ainda!
- Queria pedir outro lanche e tal, mas eu acho que vou ficar na bad depois.
- Ah, vai mesmo. Vambora.
No caminho de volta, eles começaram a brincar, falando que estavam muito cheios, que iam vomitar.
- Vamo colocar o dedo na garganta? - um deles disse.
- Vamo. Eu já fiz isso uma vez com o meu amigo.
Eu já sabia que um deles vomitava depois de comer quando era mais novo. É, bulimia. Nunca tratada. A pessoa fica assim depois? A única coisa que eu disse foi:
- Ai, que nojo! Como vocês são nojentos, credo! Parem com isso!
Será que TODO MUNDO é assim, no fundo, pelo menos? Não todo mundo, mas acho que quase todo mundo. Meu Deus, eles são homens! Eu disse que eram os homens mais estranhos que eu já vi. Se fossem gays, eu acho que até seria mais compreensível, sei lá! Mas eu queria contar pra vocês.
Bom, meninas. Espero que vocês estejam bem. Vou visitá-las e tentar comentar.
Pré-estréia de Lua Nova hoje. Vai salvar meu dia, espero! :)
Já vi que o meu fim de semana vai ser uma droga e eu vou sobrar em casa sozinha, mais uma vez. Mas eu tenho bastante trabalho, vou tentar me ocupar com isso.
Mas não deixa de ser chato. E triste.
Beijos :*





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sábado, 14 de novembro de 2009

"I took the one less traveled by...

...And that has made all the difference. All the difference." (Robert Frost)


Não sei o que acontece, não entendo. Por vezes (muitas vezes), sussurro: "inferno!" e engulo o choro. Digo a mim mesma que não agüento mais. Tudo o que eu como eu já acho que vai me engordar. Sabe, os dois últimos dias foram compulsivos, eu já acordei e fui direto comer. Vomitei o café da manhã nesses dois dias. Dormi exausta após miar de madrugada. Me deu um desespero e eu nem quis me pesar.
Hoje, porém, um menino da minha sala comentou: "você está emagrecendo cada vez mais". Eu respondi: "na verdade, eu engordei". E todo mundo disse: "onde?"

¬¬'

Fui ao shopping com a minha mãe. Sou do Grupo de Apoio da Semana de Tecnologia na minha faculdade, precisei comprar a roupa que eles exigiram que usássemos. Peguei dois números de calça social (os dois menores que havia - 36 e 38). Olhei triste para a 36 e pensei: "essa porra não vai passar nas minhas pernas". Entrei no provador nervosa, peguei logo a 36 pra acabar com aquela angústia, a dúvida se iria servir ou não. Prendi a respiração, coloquei a calça.
Ficou larga!
Em tudo, inclusive nas pernas e eu não acreditei. Saí do provador, mostrei para minha mãe. Ela disse: "não dá pra você levar uma calça dessas, tá horrível!". Provei outros modelos, mesma coisa. Não comprei.
Comprei só a blusa e um lenço. Tomamos um Top Sundae no Mc Donald's e eu vomitei no banheiro do shopping logo em seguida.
No caminho de volta ela me disse que eu estou muito magra e feia. Que antes estava mais bonita. Disse que gente gorda e até fortinha é feio, mas magra demais também. E que eu já estava magra demais.
No aniversário do meu melhor amigo também disseram isso. A mãe dele perguntou: "mas você não vomita, né?". Eu nem sabia onde enfiar a cara!

Eu não sei, essas coisas me confundem. Talvez eu me pese amanhã, talvez não. Depende da minha coragem.
Estou me sentindo mal e feia. Gorda. Belisco meu braço, minha barriga. Xingo minhas coxas. Tô cansada, não sei. Minha mãe tá preocupada, não quero que ela se sinta assim.
É tanta coisa! Como eu vim parar aqui? Mas que droga! Espero que isso passe logo.
Bem ou mal, eu me peso na terça. Vou fazer um LF forte amanhã e segunda. Preciso dar um jeito.

FORÇA, meninas. Desculpa a demora, eu ando meio assim... Sei lá.





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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

"Coluna ereta, mente quieta,

... coração tranqüilo"

Mantive os 48,5kg e isso não é algo que eu gostaria de vir aqui postar. Adoraria dizer que estou ao menos com 47, mas eu acho que vai ficar pra semana que vem.
Eu tenho um probleminha agora: minha mãe quis sair do trabalho. Vai ficar em casa, cuidar de casa e tal. Achei muito ruim, insisti pra ela não fazer isso, mas não adiantou. Por um lado, eu fico menos sozinha. Grande coisa! Ela está aqui na hora do almoço!, já não bastava o jantar?
Desde a última semana, eu tenho almoçado alguma coisa, então. Às vezes inventei alguma história e saí mais cedo, pulei o almoço, ponto pra mim. Mas geralmente tenho comido a salada e um pedacinho da mistura. Teve dias que eu miei. Na hora do jantar é a mesma coisa.
E eu fico irritada, sempre. Por estar comendo. Fico muito irritada, reclamo, falo que não gostei de tal coisa, que queria outra... E por fim, acabo dizendo: "Então não quero!". E me livro.
Me bate um remorço, sim. Me sinto triste, sim.
Mas eu não posso engordar. Não quando eu ainda preciso emagrecer mais. E mais. E mais.
Tapei meus ouvidos para as reclamações a respeito do meu suposto baixo peso. Não tô ligando. Me incomoda quando dizem que eu pareço uma morta viva. Eu ainda tenho muita gordura no corpo, eu acho que soa hipócrita. Ninguém nunca viu modelo?
Eu mudei meu cabelo, tingi de castanho. Eu sempre fui loira! O contraste me fez parecer mais pálida, eu admito. Mas então eu só preciso de sol, não de comida.
Tenho um plano para as próximas semanas. Vai dar certo!
Estou mais animada, não me perguntem por que. Essa semana meu humor melhorou consideravelmente! E que o mundo desmorone, hoje eu estou sentindo a paz que a inanição me trás.
A Ana está cada vez mais viva, cada vez mais forte dentro de mim. Meus lábios se curvam levemente, esboçando um sorriso de boas vindas de volta :)





Obs: Nise, perdoe meu egoísmo, mas eu fiquei feliz em ter você de volta. Não consigo comentar no seu blog! :/
Obs 2: Estou devendo várias visitas, faz tempo. Visito depois.


Bom feriado! (Medo!)

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